A Câmara de Leiria vai reclamar do novo Governo mais meios e melhores condições para as forças de segurança. O apelo a este reforço foi feito pelo presidente da câmara e pela oposição nas celebrações do Dia do Município, que se assinalou esta quinta-feira.
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Na cerimónia evocativa do Dia do Município, o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes, prometeu "tolerância zero" à insegurança.
"Não vamos permitir zonas de medo em Leiria. Atuaremos sem hesitações", afirmou o autarca socialista, assegurando que o executivo vai trabalhar com a GNR e a PSP para melhorar a segurança nas "áreas críticas" das freguesias e da cidade. Gonçalo Lopes garantiu ainda que, além do reforço da videovigilância e da criação da Polícia Municipal, processos que estão em curso, as forças de segurança vão ter "apoio, material e financeiro" da câmara. "Quem põe em causa a segurança em Leiria, vai encontrar uma resposta firme, muito firme", reforçou.
Orador-convidado da sessão solene, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, advertiu para que não se faça ligação entre segurança e imigração porque, "objetivamente essa relação não existe", e sublinhou o papel "integrador" da cultura, que "ajuda a cerzir a sociedade".
Moreira insiste no reforço de competências
A terminar o seu terceiro e último mandato, o autarca do Porto reafirmou que, para si, "a política acabou", e insistiu em algumas das bandeiras que tem defendido, como o reforço de competências dos municípios, lamentando que o Estado continue a tratar as autarquias "como capatazes e não verdadeiramente como decisores".
Rui Moreira defendeu ainda alterações ao modelo de remuneração na Administração Pública, de forma a que seja possível "premiar e valorizar o mérito", e às regras de contração, acabando com a obrigatoriedade de adjudicar pelo melhor preço. "Devemos poder decidir com base no interesse público e não apenas em função do mais barato", alegou.
Redução da dívida
No discurso que proferiu no último Dia do Município do mandato, Gonçalo Lopes, que é recandidato ao cargo, fez também o balanço deste ciclo político, destacando a redução da dívida municipal, com a liquidação de 100 milhões de euros de encargos à banca desde 2009, ano do início da governação socialista na câmara.
O autarca elencou depois prioridades para o futuro, constantes na Estratégia Leiria 2035, apresentada em abril. "Vamos trabalhar para que a nova estação [ferroviária] da alta velocidade na Barosa se torne uma verdadeira locomotiva do desenvolvimento do território", declarou, mencionando, entre outras apostas, a conclusão da requalificação da rede de escolas, o reforço da oferta de habitação acessível ou a execução do novo plano de drenagem pluvial da cidade.