O líder da Federação do PS do Porto exigiu este sábado que os ministros da Economia e das Finanças esclareçam o que levou ao incumprimento do compromisso assumido com a Junta Metropolitana do Porto sobre a administração da empresa Metro do Porto.
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"Exigimos ao ministro da Economia e ao ministro das Finanças que esclareçam de uma forma clara, inequívoca, o teor das declarações" feitas por Rui Rio sobre a "interferência dentro do próprio Governo para que esse compromisso que estava constituído com o ministro da Economia não fosse cumprido e o conselho de administração não se tivesse ontem [sexta-feira] constituído", disse à Agência Lusa José Luís Carneiro, à margem do XV congresso distrital do PS/Porto que hoje decorre durante todo o dia no Rivoli, no Porto.
Para o recém-eleito presidente da federação socialista do Porto, "a ser verdade, isto constitui, uma demonstração pública de falta de sentido de espaço da parte de alguns membros do Governo, que importa clarificar quem são".
"Aquilo que nós exigimos ao Governo é que esclareça se efetivamente estas afirmações do Dr. Rui Rio têm fundamento". E se assim for, "o Governo deve um pedido de desculpas público à Junta Metropolitana do Porto e ao presidente da Câmara Municipal do Porto porque não se desonra a Junta Metropolitana do Porto e o presidente da Câmara Municipal do Porto com esta facilidade com que o Governo parece ter feito", defendeu.
José Luís Carneiro exige assim "uma clarificação rápida do ministro da Economia e do ministro das Finanças sobre as razões que levaram a que, depois de um compromisso assumido, tivessem faltado a esse compromisso de forma que, tão rápido quanto possível, o conselho de administração possa tomar posse".
"Aquilo que aconteceu foi, de facto, uma humilhação da Junta Metropolitana do Porto e também, em certa medida, uma desconsideração muito grave ao Dr. Rui Rio. Acresce a isto o prejuízo que neste momento está a ser cometido a esta região", criticou.
O líder do PS/Porto recordou que "o Ministério da Economia prometeu, no plano estratégico de transportes, uma fusão entre a Metro do Porto e a STCP e há uma completa indefinição sobre o futuro destas duas empresas.
Em causa está o facto da assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para sexta-feira, com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, ter sido suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, mantendo-se Ricardo Fonseca na presidência.
Isto horas depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração daquela empresa.
Já na sexta-feira, o presidente da Junta Metropolitana do Porto e da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou à Lusa que houve "interferências" de membros do Governo na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto para "politicamente fragilizar mais o ministro da Economia".