Paulo Lopes Silva, atual vereador da Câmara Municipal e candidato à liderança da Concelhia do PS, acusa o atual líder da concelhia do partido, Ricardo Costa, de adiar a validação de 945 propostas para novos militantes, com o objetivo de os impedir de participar nas próximas eleições para os órgãos concelhios.
Corpo do artigo
O candidato escreveu uma carta ao secretário geral adjunto, ao secretário nacional para a organização e ao presidente da Federação Distrital de Braga onde descreve um processo que "põe em causa a democracia interna". A direção do PS Guimarães, defende-se, esta sexta-feira, numa carta aberta aos militantes, afirmando que "atuou de forma democrática, transparente e de acordo com os Estatutos".
Em causa está a tentativa, por Paulo Lopes Silva, de entregar 689 propostas para novos militantes diretamente na sede nacional do partido, em Lisboa, a 4 de julho deste ano. De acordo com os estatutos do PS, as propostas têm de ser validadas nas concelhias, portanto, as fichas entregues no Largo do Rato voltaram para Guimarães. A estas juntaram-se mais 256 inscrições de novos membros que a facção liderada por Paulo Lopes Silva esperava ver validadas em reunião do secretariado, a 10 de julho. Porém, o presidente da concelhia, Ricardo Costa, esteve de férias até ao dia 14 de julho, pelo que, a reunião e a aceitação dos novos militantes só aconteceu a 21 de julho.
Para poderem votar os militantes socialistas têm que estar inscritos há seis meses e as eleições para as concelhias do PS estão apontadas, embora não formalmente marcadas, para o dia 12 ou 13 de janeiro de 2024. Na carta aos órgãos distritais e nacionais do partido, Paulo Lopes Silva queixa-se de que a intenção era “adiar o mais possível a aceitação das fichas tendo em vista a obliteração da possibilidade de participação nas eleições de janeiro”.
Inscrição no Partido Socialista é um ato individual
“Embora se possa estranhar a apresentação de centenas de fichas de novos militantes de uma só vez. O secretariado cumpriu com rigor os prazos estatutários para a sua aceitação formal. Procedemos de modo correto e assim continuaremos a fazer no futuro”, assegura a atual direção, hoje, em carta aberta aos militantes. O artigo 7º dos estatutos do PS estipula que “a inscrição como militante do Partido Socialista é individual”.
Na missiva dirigida aos órgãos do PS, Paulo Lopes Silva avisa que “a vitória do PS nas Autárquicas de 2025 poderá estar em causa, dada a fragmentação” do partido.