O Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra do Cancro vai entregar, na próxima segunda-feira, 17 bolsas de investigação. O valor do investimento ultrapassa os 200 mil euros.
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A entrega das bolsas insere-se no âmbito do Dia Mundial do Cancro, que se assinala no domingo, e vai decorrer numa cerimónia agendada para segunda-feira, às 10 horas, na sede do núcleo regional, na Estrada Interior da Circunvalção, no Porto. Na mesma ocasião, a instituição vai distribuir cabazes alimentares a doentes oncológicos.
Numa nota enviada à Imprensa, é referido que, além dos cabazes, os doentes recebem apoio "nas despesas de habitação, pagamento de água e luz, transportes e medicamentos, alimentação, ajudas técnicas, óculos, próteses dentárias, entre outros".
"A investigação na área da oncologia tem permitido enormes progressos na prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro. Deste modo, este núcleo faz um investimento anual de mais de 200 mil euros", refere o comunicado, lembrando que atualmente "o sistema de saúde português mostra sinais de algumas dificuldades, nomeadamente com a crise nas urgências, lotação dos hospitais, falta de recursos humanos e atrasos nos diagnósticos, tratamentos e consultas".
Segundo os dados divulgados, o gabinete de apoio ao doente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, localizado no IPO-Porto, ajuda mais de 550 doentes.
Citando a Entidade Reguladora da Saúde, a nota sublinha que "nos primeiros seis meses do ano de 2023, mais de sete mil utentes aguardavam cirurgia programada na área de oncologia, 19% dos quais com espera superior aos tempos máximos de resposta garantidos".
Já os dados do Registo Oncológico Nacional divulgado recentemente mostram que "em 2020 foram registados, em Portugal, 52.723 novos casos de cancro, menos do que estava previsto (uma diminuição de cerca de 9% em comparação com 2019)". Tal demonstra que a pandemia "teve um impacto negativo na prestação de cuidados e na investigação sobre o cancro", levando a atrasos nos diagnósticos e tratamentos e a "um consequente número inferior de novos casos". Prevê-se que tais atrasos resultem num aumento da morbilidade e da mortalidade por cancro nos próximos anos.
"Estes números preocupam a Liga Portuguesa Contra o Cancro porque não é aceitável estes atrasos em oncologia", refere a instituição, sublinhando que os atrasos penalizam o dente e também o sistema de saúde, além de que "comprometem o futuro da oncologia".