Está tudo pronto para retomar na sexta-feira as viagens de barco entre a Afurada (Gaia) e o Cais do Ouro (Porto). Esta quinta-feira houve uma travessia simbólica, com os responsáveis a apelarem à adesão da população para que o projeto vingue e possa, depois, ser lançado o concurso para a concessão da travessia.
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O projeto-piloto vai durar até outubro. Durante este tempo será aferida a procura, numa travessia que já teve um operador privado e que está suspensa desde há uns anos. O arranque, a sério, está agendado para sexta-feira, às 7.30 horas, com início na Afurada.
As carreiras fluviais irão funcionar todos os dias, com reforço pontual entre esta sexta-feira e a próxima segunda-feira, até à uma hora da madrugada, devido às festas de S. Pedro. A retoma era há muito ansiada e foi possível mediante a entrada em cena da empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP).
"Porquê agora? Não tem a ver com eleições, porque não sou candidato", começou por dizer Eduardo Vítor Rodrigues, após a assinatura do protocolo de colaboração entre a TMP e a APDL, responsável pelos cais e que esteve presentada pela vogal da Administração, Cláudia Soutinho.
O autarca explicou que "as câmaras não podem gerir barcos" e que a empresa TMP, criada no âmbito da Área Metropolitana, possibilitou levar avante este projeto, que era há muito desejado
Eduardo Vítor Rodrigues fez votos para que empreitada vingue e adiantou que "a Câmara de Gaia compromete-se a arcar com os custos decorrentes das obrigações do serviço público". Mas para que a ligação fluvial vá para além de outubro, será preciso ter viabilidade e um suporte financeiro.
Daí o ênfase colocado no lado dos passageiros: "Espero que as populações da Afurada e do lado do Porto a utilizem, assim como os turistas. Prolongar a duração faz todo o sentido".
"Em 25 dias resolvemos os problemas"
Marco Martins, que lidera a TMP, apresentou-se satisfeito "Hoje é um dia muito feliz, era uma ambição das populações locais e das duas autarquias, designadamente do presidente Eduardo Vítor Rodrigues", sublinhou.
"Este dia também marca a primeira operação de raiz da TMP. Em 25 dias conseguimos superar problemas e concretizar o que nos pediram. Não foi fácil", referiu.
Tal como Eduardo Vítor Rodrigues, apelou à adesão dos passageiros. "Só vai resultar se vocês usarem", salientou, enumerando as vantagens do uso do barco, que permite imensos ganhos de tempo, comparativamente a fazer a mesma viagem por estrada, seja em viatura particular ou em transporte público.
"Queremos ligar pontos e que as pessoas deixem, cada vez mais, o carro em casa", completou, juntando que o novo serviço também é "importante para o turismo e para a afirmação da região".
Na cerimónia desta quinta-feira, realizada no cais da Afurada, também marcaram presença Luís Pedro Martins, do Turismo do Porto e Norte, e Sofia Maia, presidente da União de Freguesias de Lordelo e de Massarelos (Porto). Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, que havia sido, igualmente, convidado, era aguardado, mas não esteve presente.
Há um barco suplente
Na embarcação, que é alugada pela TMP e tem capacidade para 20 passageiros, haverá um validador a bordo, similar ao existente no metro e nos autocarros. Será possível utilizar o Andante (neste caso, com o custo de 1,40 euros, no zonamento Z2), assim como adquirir o bilhete a bordo, ao preço de 2,25 euros por viagem, em cada sentido. Também poderão ser utilizados os passes metropolitano e municipal. Os detentores dos cartões Porto e ViverGaia poderão fazer uso desses títulos.
Com início às 7.30 horas, na Afurada, as carreiras fluviais prolongam-se até às 20 horas, entre segunda-feira e quinta-feira, num total de 13 viagens em cada sentido. Por exemplo, saindo o barco da Afurada às 7.30 horas, tem saída prevista do Cais do Ouro às 8 horas e novamente da Afurada às 8.30 horas, e assim sucessivamente até ao fim do dia.
Às sextas-feiras, a operação é alargada até às 22 horas, o que resultará em 15 viagens em cada sentido; aos sábados, o número de travessias volta a ser 13; e aos domingos estão previstas 11. Este planeamento pode ser "reajustado" em função da procura.
A par da embarcação de 20 lugares, há um outro barco, de menores dimensões e só para 14 pessoas, mas que estará pronto para qualquer eventualidade.