Na zona ribeirinha da cidade flaviense hoje é tempo de limpezas e de contabilização de danos, após a cheia de segunda-feira, que atingiu estabelecimentos comerciais, espaços públicos, terrenos agrícolas e algumas casas de habitação
Corpo do artigo
Esta é uma semana praticamente perdida para os comerciantes da zona ribeirinha da cidade de Chaves, que, segunda-feira, viram os seus estabelecimentos inundados pelas águas do rio Tâmega. Os prejuízos poderão ascender a vários milhares de euros, mas ainda ninguém tem números mais ou menos aproximados, já que os trabalhos de limpeza e avaliação só começaram esta terça-feira de manhã.
Devido à chuva intensa do passado fim de semana, o caudal do rio Tâmega subiu mais de três metros em relação ao que é normal para esta época, galgou as margens e atingiu, sobretudo, cafés e restaurantes junto à ponte romana. Algumas casas de habitação também sofreram inundações, espaços públicos e campos agrícolas da veiga de Chaves ficaram alagados.
Maria Celina ficou quase "sem palavras" quando esta manhã entrou no seu Restaurante Verde Lírio. Com voz embargada descreveu que pediu auxílio aos bombeiros para retirar a água do armazém junto ao restaurante, porque "tudo o que estava nas prateleiras veio abaixo e ficou danificado".
A empresária tem ainda "máquinas e duas arcas frigoríficas que podem ter ficado danificadas". Para já, o trabalho tem-se concentrado na "limpeza do lodo que ficou nas instalações" e que deixou "o chão todo preto". Quando tudo estiver seco será hora de "pôr tudo no sítio e ver o que funciona". O pior é que não tem seguro. "Não tenho nada nem ninguém que me possa ajudar", lamenta, calculando que "só na próxima semana" deverá conseguir reabrir a porta aos clientes.
Tal como Maria Celina e outros comerciantes do centro histórico de Chaves, também os serviços da câmara municipal começaram cedo a trabalhar na limpeza dos espaços públicos, para "repor a normalidade no trânsito de peões e automóveis". O presidente da autarquia, Nuno Vaz, acrescentou que também "começaram a ser identificados o tipo, natureza e extensão dos danos".
O objetivo, segundo o autarca, é poder fazer uma "estimativa global do impacto" da cheia de segunda-feira, o que ainda deverá demorar uns dias, pois, nomeadamente nos campos agrícolas, só quando drenarem as águas é que poderá haver contabilização de danos em culturas e estruturas de apoio à atividade.