A Linha da Beira Alta reabre esta segunda-feira, entre Celorico da Beira e Vilar Formoso, mas o atraso de mais de dois anos na conclusão das obras instalou o ceticismo e a desconfiança. Há pouco querer e muito ver para crer.
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"Só acredito quando ouvir o comboio a apitar", desabafa Lurdes Graça, que interrompe a limpeza do salão de cabeleireiro instalado numa das salas da estação de caminhos de ferro de Vilar Formoso, numa loja emoldurada pela fachada decorada com azulejos que representam monumentos e paisagens de Portugal, produzidos pela Fábrica de Cerâmica da Viúva de Lamego e pintados pelo aguarelista João Alves de Sá. "Fomos abandonados", acrescenta.
O regresso do comboio, esta segunda-feira, às 5.50 horas, não transporta a esperança do aumento da clientela. "Muita gente não vai viajar de manhã, é muito cedo. A população é muito idosa, estes horários não são bons", acrescenta.