<p>Dissipem-se os receios dos utentes da linha do Corgo porque ela não vai fechar. "É para durar mais 100 anos" - palavra do governador civil de Vila Real, esta sexta-feira, no fim de uma reunião com autarcas e técnicos da CP.</p>
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Na edição de ontem do JN, o director de comunicação da Refer, José Santos Lopes, garantia um investimento de cerca de "40 milhões de euros" nas ferrovias do Corgo, entre Régua e Vila Real, e na do Tâmega, entre Livração e Amarante. Afastava assim qualquer intenção de encerramento definitivo. A reunião de ontem só visou a do Corgo, mas as garantias que os técnicos da CP transmitiram aos autarcas de Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Régua, bem como ao governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, estendem-se à do Tâmega.
Em posse da boa-nova oficial, como porta-voz do encontro, Alexandre Chaves disponibilizou aos jornalistas um triunfal: "A linha do Corgo tem 103 anos de vida e temos de fazer uma intervenção estrutural para que ela complete mais 100". Chaves sossegou o povo e garantiu que "o encerramento nunca esteve em causa". Com críticas aos "pessimistas do costume", aqueles que dizem sempre que "quando se começa uma obra é para piorar" perspectivou uma "linha moderna" para o Corgo. E bem pode sê-lo, tendo em conta que vai ser investido um milhão de euros por cada um dos seus 26 quilómetros. Tal arrojo só pode significar "uma melhor resposta" a quem a utiliza.
Sobre prazos, apenas o do início dos trabalhos, dentro de quatro meses. "Demorarão o tempo necessário para que se concluam", notou. Em relação aos problemas específicos de segurança invocados pelo Governo para mandar suspender a circulação, Alexandre Chaves referiu apenas que "faltava sustentabilidade à via", admitido que o estado da plataforma pudesse dar origem a derrocadas. "Não estamos a falar dos carris nem das travessas", sublinhou.
Na reunião, em Vila Real, foi analisada também a alternativa rodoviária que garante os transportes públicos em autocarro enquanto a linha estiver encerrada. A CP mostrou total abertura para prestar "o melhor serviço possível" às comunidades dos concelhos abrangidos, em especial aos utentes das freguesias de Vale da Ermida, em Vila Real, e Alvações do Corgo, em Santa Marta de Penaguião - esta última tem o comboio como único transporte público.
Agora cabe aos presidentes de Câmara reunir com os presidentes de Junta para acertar os "melhores percursos e horários", para que o autocarro não deteriore o serviço que o comboio prestava. "Será garantido o número de autocarros necessário para assegurar as cinco viagens de ida e volta", tornou Alexandre Chaves.
Para que não restem dúvidas das boas intenções do Governo, a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, vai a Vila Real, na próxima terça-feira, explicar o que o futuro reserva às ferrovias. Precisamente uma semana depois de ter tomado a decisão de as encerrar temporariamente.