As obras de eletrificação da linha da linha do Douro, no troço entre as estações de Caíde (Lousada) e Marco de Canaveses vão tirar metade dos comboios em direção ao Douro.
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Nos horários que entram em vigor, nesta segunda-feira, com o início da supressão de comboios entre as estações de Caíde (Lousada) e Marco por um período de três meses, apenas estão previstas 12 ligações entre Marco de Canaveses e a Régua e nove no sentido inverso. Até este domingo o número de comboios era o dobro em ambos os sentidos.
A redução do número de comboios está relacionada com a falta de material circulante. "Só conseguiram arranjar três máquinas locomotivas. Duas para trabalhar e uma para ficar de reserva. As locomotivas alugadas a Espanha não podem circular porque não há oficinas no Douro para as reparar caso de avariassem", explicou ao JN, fonte da CP.
O transbordo no troço Caíde-Marco durante o período de obras está também longe de satisfazer as necessidades dos utentes. À noite, praticamente, não há transbordo. O último autocarro da tarde sai de Caíde às 19h25 e depois só volta a haver novo transbordo às 23 horas.
Deste modo, por exemplo, o comboio urbano que sai do Porto às 20h35 e que chega a Caíde às 21h33 deixa de ter ligação regional até à Régua, como acontecia até agora. Refira-se que esta "é só" a ligação mais utilizada por quem trabalha e estuda na Área Metropolitana do Porto. de manhã há idênticos problemas.
A presidente da Câmara do Marco de Canaveses admitiu que nem tudo está a correr bem com o transbordo. "Depois da reunião em 15 de outubro onde foi concertado o transbordo, mais tarde a Comissão de Utentes verificou que há composições que não são substituídas", disse, Cristina Vieira, em Assembleia Municipal. A autarca revelou que já mostrou a sua preocupação ao presidente da IP. "Nesta primeira semana vamos fazer uma avaliação para depois perceber o que é preciso corrigir porque dentro de dias terei nova reunião com aa IP", disse a autarca, antevendo, contudo, que os principais problemas de mobilidade "ocorrerão entre o Marco e a Régua".
A supressão dos comboios é feita pela IP para permitir a realização das obras de eletrificação da via que implicam o rebaixamento dos carris nos túneis da Gaviarra e Campainha, ambos no Marco de Canaveses, por forma a permitir a instalação da catenária.
As obras preveem ainda a renovação integral da plataforma (carris, travessas e balastro), atendendo que a atual infraestrutura está demasiado degradada e precisa de ser substituída.