<p>Perdem-se na memória as dezenas de relatos de acidentes ocorridos na Linha do Vale do Vouga, um percurso ferroviário que regista o número mais elevado de acidentes no País. Os 96,2 quilómetros compreendidos entre Espinho, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Aveiro contribuíram, em 2007, para 30% do total nacional da sinistralidade em linhas ferroviárias, ou seja, 20 acidentes em apenas um ano. </p>
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Os referidos números revelam uma sinistralidade elevada, apesar de, na última década, a Refer ter suprimido pelo menos 118 passagens de nível e melhorado as condições de segurança em 91.
Santa Maria da Feira é o concelho que mais acidentes regista na Linha do Vale do Vouga. Entre 2000 e 2008 ocorreram 77 acidentes. Nesse concelho existem 38 passagens de nível. Serão suprimidas um total de 19 e requalificadas as restantes. Duas dessas passagens (uma no Cavaco, Feira, e outra em S. Paio de Oleiros) serão desniveladas. A obra é da responsabilidade da autarquia.
"Depois das intervenções previstas, não vamos ficar com nenhuma passagem de nível sem guarda" garante, ao JN, o vereador do Planeamento e Urbanismo, José Manuel Oliveira, considerando que o problema dos acidentes ficará, assim, resolvido.
A Refer já anunciou a intenção de suprimir 50 passagens de nível e automatizar 80, até 2010, em toda a Linha do Vale do Vouga, num investimento global na ordem dos 10 milhões de euros, que contará com a colaboração das autarquias envolvidas. A intervenção tem como finalidade reduzir em cerca de 70% o número de acidentes verificados em 2006. Nesse ano, registaram-se 27 acidentes. Pretende-se, assim, contabilizar em 2012 menos de nove.
Os dados relativos ao final de 2007 referiam a existência de 158 passagens de nível, sendo 110 sem guarda, o que corresponde a uma média de uma passagem de nível por cada 600 metros, contra a média nacional de 2.200 metros. A linha do Vale do Vouga é servida por 13 estações e 32 apeadeiros.