A região do Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa, incluindo os concelhos limítrofes desta última, são as únicas zonas de Portugal continental para as quais a Proteção Civil tem planos especiais de emergência, prontos a darem resposta caso ocorra um sismo de grandes dimensões.
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O sismo desta segunda-feira, sentido com intensidade na capital, teve uma magnitude abaixo da escala definida para ativação dos planos - 6,1 na escala de Ritcher. Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro em exercício, falou de um "teste real" às autoridades.
A aprovação do Plano Especial de Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico na Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes data de 2009, mas não é revisto desde 2014. No caso do Algarve, o documento foi elaborado em 2014, com revisão em 2019, e inclui o risco de tsunami, quando se registar uma altura de onda igual, ou superior, a três metros, em toda a costa algarvia.
Mas o que definem, afinal, esses planos? Neles está detalhada toda a gestão operacional, no caso da ocorrência de um evento sísmico. Define-se quem atua, qual a hierarquia no terreno e como se operacionaliza tudo.
Aeroporto para feridos e cadáveres
No caso de Lisboa, detalha-se que o centro de operações funcionaria nas instalações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, ou, caso as mesmas estivessem inoperacionais, na Base Aérea 1, em Sintra. Estipulam-se também zonas de receção de reforços, de concentração e reserva, de apoio às populações e de "reunião de mortos".
O aeroporto de Lisboa seria disponibilizado para concentrar sinistrados e, até, para lhes prestar cuidados médicos. E está definido que seriam ali depositados cadáveres. Para evacuar localidades, está prevista a requisição dos barcos da Transtejo e da Softlusa, assim como os comboios da CP.
INEM, autoridades policiais, Forças Armadas e operadoras de telecomunicações, entre muitas outras entidades, têm um papel a desempenhar em caso de catástrofe.