Reduzir o stress dos estudantes. É com este objetivo que Lola, uma cadela de um ano e meio que foi resgatada de uma matilha em 2021, está a "trabalhar" no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto.
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Cada sessão, gratuita, dura entre 20 a 30 minutos e os próximos encontros acontecem nos dias 18 de outubro, 8 e 22 de novembro e 6 de dezembro, às 10 e às 11 horas.
As inscrições dos alunos que possam estar interessados devem ser feitas junto do Gabinete de Apoio ao Estudante (GAE), através do email gae@icbas.up.pt.
Destinadas a um máximo de cinco participantes, as sessões são orientadas pela médica veterinária Luísa Guardão.
Cada sessão decorre com "os estudantes, uma psicóloga, a tratadora, especialista em comportamento animal, e a Lola", resumiu ao JN Isabel Lourinho, psicóloga e responsável pelo GAE, dando conta que a iniciativa é "pioneira"no país.
"Ao contrário do que pensam, não é terapia assistida, é uma atividade assistida, mas que tem em concreto objetivos terapêuticos bem definidos, que são a redução do stress", explicou a responsável.
Mas desengane-se quem pensa que a psicóloga é quem conduz o encontro. Aliás, Isabel Lourinho assume que é mais "uma facilitadora da sessão". E acrescentou: "A agente principal é a doutora Luísa Gourdão, ela é que faz a intervenção com a cadela".
Já a veterinária explicou que a dupla, antes de começar com estas sessões, passou por "um processo de formação na Ânimas, que conduziu à certificação do binómio 'Lola-Luísa'".
De colete vestido - sinal claro de que está a trabalhar - Lola segue o olhar e os gestos de Luísa, e aceita as ordens à primeira. Mas, nesta tarefa, também a veterinária tem de estar atenta quando Lola vai dando sinais "de que está cansada". Mal tira o colete à cadela, também Lola relaxa e atira-se imediatamente para o chão.
Rita, Telmo e Inês, de 21 anos, alunos de Medicina e de Medicina Veterinária, respetivamente, estão sentados em pufes, e riem-se com as "gracinhas" de Lola.
"Sentimos-nos mais relaxados, mais leves, mais descontraídos", assumiu Rita.
Já Telmo confidenciou que a sessão com Lola serviu para compreender que "tal como os animais, também o ser humano tem os seus limites e é preciso saber parar".
Os três alunos garantiram ao JN que ficaram com vontade de "repetir a experiência", sobretudo "em altura de exames quando a pressão é maior", sublinhou Inês.
Isabel Lourinho salientou que todas as sessões têm como base "a confidencialidade da informação partilhada".