Empresa de gestão de resíduos ardeu por completo em Laundos, na Póvoa de Varzim, e não tem condições para voltar a laborar nos próximos dias.
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Um violento incêndio destruiu por completo, ontem à noite, uma empresa de gestão de resíduos no Parque Industrial de Laundos (PIL), na Póvoa de Varzim. O armazém não tem recuperação possível e a Lumiresíduos não poderá voltar a laborar, pelo menos, nos próximos dias. Os cerca de 30 funcionários temem pelos seus postos de trabalho.
“Foi assustador! Ficou tudo destruído!”, afirmou o presidente da Junta de Laúndos, Félix Marques, explicando que, durante a noite, as labaredas eram “enormes” e foram ouvidas “várias explosões”.
“Quando chegamos encontramos já todo o armazém tomado pelo fogo. Era um fogo muito rápido com bastantes líquidos, muito volátil, com muita carga térmica, que exigiu bastantes meios”, contou o comandante dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, Joaquim Moreira, que, no teatro de operações, coordenou o combate às chamas, levado a cabo por 99 homens e 34 veículos, de 11 corporações de bombeiros.
O alerta foi dado por um funcionário às 22.09 horas. O alarme disparou, o homem foi ao local verificar a situação e deparou-se com o fogo. Ainda tentou extinguir as chamas, mas já nada conseguiu fazer. Acabou por se sentir mal devido à inalação de fumos. Foi socorrido no local e não careceu de tratamento hospitalar.
Fundada em 1990, com o nome Maria Amélia da Silva Ferreira, a empresa passou a chamar-se Lumiresíduos em 2005. Ali, chegam resíduos industriais, de construção e de oficinas e há ainda uma zona dedicada a abate de veículos em fim de vida. Na unidade, trabalham, explicou o presidente da junta, “cerca de 30 pessoas”.
A primeira prioridade, continuou a contar Joaquim Moreira, foi proteger o armazém vizinho, o parque de viaturas em fim de vida contíguo e evitar que o fogo chegasse aos depósitos de óleos usados, situados nas traseiras do edifício principal.
Só cinco horas depois – e depois de várias explosões provadas por bidões de diluente existentes no local -, o incêndio foi dado como dominado.
“O armazém ficou completamente destruído, desde a zona destinada aos trabalhos de reciclagem até toda a área administrativa”, explicou o comandante da corporação poveira, acrescentando que, no interior do edifício, houve "derrocada de várias paredes" e que todo o pavilhão “terá, agora, que ser demolido”.
Já às primeiras horas da manhã de hoje, teve início o rescaldo que, dada a quantidade de material inflamável e a existência, mesmo ao lado, do parque de viaturas, teve que ser feito de forma “muito minuciosa” e prolongou-se por várias horas.
Esta não é a primeira vez que há um incêndio na Lumiresíduos. A última vez tinha sido em 2018, quando as chamas começaram num carro e se alastraram a outros dois. Tudo aconteceu durante o dia e, na altura, valeu o rápido alerta dos funcionários e a intervenção dos bombeiros para evitar danos maiores.
Desta vez, o caso foi mais grave e a Lumiresíduos não terá condições de voltar a laborar nos próximos tempos. Esta manhã, na fábrica, eram vários os trabalhadores que ajudavam nos trabalhos de rescaldo.
O JN tentou falar com os responsáveis da empresa, mas ninguém se mostrou disponível para prestar qualquer esclarecimento.