Criança que morava com elas ficou institucionalizada. Mulheres já deixaram hospital e estão num hostel.
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As duas mulheres que moravam em condições degradantes com uma criança de quatro anos, numa vivenda na Quinta do Conde, Sesimbra, saíram na quinta-feira da Psiquiatria do Hospital de São Bernardo, onde estiveram internadas uma semana. Estão a ser acompanhadas pela Segurança Social num hostel, apurou o JN. Futuramente, regressarão a casa, após a empresa Deathclean terminar o trabalho de limpeza, que estima que dure pelo menos quatro semanas.
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O cheiro nauseabundo que vinha da casa e a criança que lá vivia nunca ser vista levaram os vizinhos a denunciar a falta de condições em que suspeitavam que o menor vivia. O menino foi institucionalizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
Quando a GNR se deslocava à habitação, a mãe e a avó da criança recusavam-se a abrir a porta. Foi preciso uma ordem do Tribunal de Família e Menores para as autoridades entrarem e depararem-se com uma habitação cheia de lixo e fezes de animais. Com as duas mulheres viveria ainda outra criança, de dois anos, mas já tinha sido entregue pela mãe ao avô paterno, antes da intervenção das autoridades. O avô materno, a viver em Amesterdão e proprietário da casa, desconhecia as condições em que a ex-mulher e a filha viviam.
Na vivenda foram encontrados ainda 26 gatos e duas cadelas, agora à guarda da Autarquia. "Estavam muito sujos e debilitados. Foram vacinados, desparasitados e esterilizados", explicou o vereador da Higiene Urbana da Câmara de Sesimbra, José Polido. Quando as mulheres regressarem, serão acompanhadas pelo município, de forma a evitar-se outra situação de acumulação e poderão ter apoio psicológico. O JN tentou, sem sucesso, ouvir a CPCJ sobre o futuro dos menores.