Abandonou o próprio filho quando ia a caminho do emprego, em Vila do Conde, mas foi consumida pelos remorsos e entregou-se às autoridades. Com poucos dias de vida, o filho foi confiado a uma irmã da mulher arrependida, a quem foi devolvida, nesta semana, a guarda de Edgar Joaquim.
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Era esse o desfecho esperado por todos os familiares da mulher, residente na Maia. A Comissão de Proteção de Menores de Vila do Conde decidiu devolver a criança à mãe, que já via diariamente o filho em casa da irmã.
"A Comissão devolveu a criança porque entendeu que já estavam reunidas todas as condições para que o bebé pudesse voltar para a mãe. O arrependimento e a vontade que ela demonstrou em educar a criança foram determinantes", explicou, ao JN, a advogada da família, Alexandra Sá.
A empregada de uma lavandaria, de 30 anos, já era mãe de três filhos e escondeu a gravidez ao marido.
No final de setembro, deu à luz sozinha em casa e foi colocar o recém-nascido, protegido com um cobertor, numa caixa de plástico, à porta de um prédio de Vilar do Pinheiro. Desesperada e arrependida, foi entregar-se às autoridades de Matosinhos.
Nas semanas seguintes, pais e irmãos de Edgar Joaquim visitavam todos os dias o bebé. A mãe não conseguiu voltar ao trabalho, em Vila do Conde, perto do local, onde tinha abandonado a criança e hoje continua desempregada. A mulher não tinha forças para enfrentar os olhares das pessoas, que apenas viam nela uma mãe que não quis saber do filho.
O marido, motorista de camiões, consegue sustentar a família, mas a mãe quer voltar a uma vida normal e está à procura de emprego.
Daqui a seis meses, as autoridades irão reavaliar as condições de vida da criança, mas tudo indica que nessa altura o caso seja dado como encerrado pela Comissão de Proteção de Menores de Vila do Conde.