Petição online promovida pelo Clube Taurino. Presidente da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim insurge-se contra críticas à decisão.
Corpo do artigo
O Clube Taurino Povoense entregou ao presidente da Assembleia Municipal as 12 272 assinaturas recolhidas numa petição online contra a demolição da Praça de Touros da Póvoa de Varzim. Pedem a intervenção de Afonso Pinhão Ferreira para travar a decisão, votada por uma maioria, segundo dizem, "levada" por "mentiras e ignorância". O presidente da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim diz-se "ofendido" com as insinuações. Garante que a maioria dos deputados votou "livre, refletida e afirmativamente" pela transformação da praça na futura Póvoa Arena.
Na carta enviada a Pinhão Ferreira, o presidente do clube, Rui Porto Maia, diz estar em causa a destruição "do património histórico e da memória da Póvoa" e exige respeito por aquela que é uma "tradição, uso e costume na vida desta nossa gente". As 12272 assinaturas recolhidas, frisa o dirigente, são "um sinal de indignação", face a uma decisão, tomada por maioria na Assembleia Municipal, com base em "soezes ataques, despudoradas mentiras e impensável ignorância".
O clube insiste que a proibição de touradas é "ilegal" e "inconstitucional" e acusa o atual executivo de "traição", ao tomar uma decisão que "não fazia parte do programa eleitoral levado a sufrágio", onde, pelo contrário, a praça era descrita como "uma mais-valia na animação turística". "Pedimos que aja como provedor da liberdade e memória histórica e cultural da Póvoa e dos poveiros", remata.
debate elucidativo
Afonso Pinhão Ferreira já respondeu. Diz que, depois de um "debate participado e elucidativo", todos os deputados votaram "livre e refletidamente". Venceu, por "significativa maioria", a "transformação da Praça de Touros no empreendimento Arena". Assim, o presidente da Assembleia considera a carta "ofensiva", ao sugerir que os deputados são "um conjunto de mentecaptos, entre os quais estarei incluído".
A nova Póvoa Arena foi apresentada em junho de 2019. A praça dará lugar a um moderno multiusos com capacidade para três mil pessoas, versátil o suficiente para receber feiras, congressos, eventos desportivos, concertos ou teatro. A obra deve começar em abril e vai custar 9,3 milhões.
Proibição
A Câmara e a Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim deliberaram proibir, desde janeiro de 2019, quaisquer espetáculos envolvendo violência sobre animais no concelho.
Praça negada
No verão, o Clube Taurino Povoense quis alugar a praça para duas corridas de touros. A empresa municipal que gere o espaço disse "não". Alegou falta de segurança e degradação das instalações. Em setembro, o tribunal deu-lhe razão.