Mais de 100 trabalhadoras de fábrica de brinquedos da Guarda com salários em atraso
As trabalhadoras da MB2 Manufacture Lda., na Guarda, vão estar em greve, esta sexta-feira, devido à falta de pagamento de salários. As mais de 100 funcionárias da empresa de jogos e brinquedos ainda não receberam os salários de março e de abril. A situação já foi reportada à ACT.
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A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro e Norte (SITE-CN), que garante que após várias tentativas de receberem os valores que lhes são devidos, as "trabalhadoras da MB2 decidiram-se por um grito de alerta".
Em causa estão os salários de março e de abril, que ainda não foram liquidados, sendo que o montante de fevereiro apenas foi pago no fim de março. "O salário de fevereiro foi pago a 28 de março. Na altura, questionou-se a empresa se o salário de março estaria em causa e afirmaram que não. A questão é que depois desse salário não voltou a pagar mais salário nenhum", explica Paulo Ferreira, dirigente sindical do SITE-CN.
A greve está marcada para amanhã, sexta-feira, sendo que as trabalhadoras estarão concentradas, a partir das 8 horas, em frente à porta da empresa. Segundo o sindicato, já tinha sido lançado um pré-aviso de greve para o dia 24 de abril, que acabou por ser desconvocado, uma vez que a empresa marcou férias às trabalhadoras para essa altura. "A empresa, para contornar a greve, deu três dias de férias às trabalhadoras com o compromisso de pagar na semana a seguir, o que não aconteceu", afirma Paulo Ferreira.
Pediram demissão
O sindicato exige que a empresa pague os salários em atraso, fixe o pagamento dos futuros salários até ao dia 5 de cada mês e melhore as condições de trabalho. "Estamos a falar de salários mínimos, com os quais já é muito difícil fazer face à vida atual e, estamos a falar de muitas mulheres que só dependem do salário delas e algumas até com filhos. É uma situação muito complicada", alerta o dirigente sindical, que acrescenta que, esta semana, já três das trabalhadoras apresentaram demissão face ao estado atual da empresa.
"Temos estado em permanente contacto com a empresa. Dizem que o cliente deles não está a pagar, mas continuam a pedir produção às trabalhadoras. Não se trata de falta de trabalho", sublinha.
Segundo Paulo Ferreira, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) já foi acionada duas vezes devido à falta de pagamento de salários, mas o problema persiste.
O JN está a tentar contactar a empresa, o que até ao momento não foi possível.