Mais de 1,7 milhões de euros para estudar como envelhecer com saúde na zona de Zamora e Bragança

Iberlongevas é um projeto pioneiro que procura promover o envelhecimento saudável
Foto: Pedro Granadeiro/Arquivo
Foi apresentado esta quinta-feira, em Bragança, o Iberlongevas, um projeto pioneiro que procura promover o envelhecimento saudável através da prevenção e da educação como ferramentas fundamentais para uma longevidade plena.
"Visa identificar dentro dos padrões e dos perfis de envelhecimento da população desvios do que é a normalidade para definir hábitos de prevenção. Foca-se muito na qualidade de vida, no bem envelhecer e na longevidade com qualidade", explicou Hélder Fernandes, investigador da Escola Superior de Saúde de Bragança, uma das entidades envolvidas.
O projeto, que conta com a colaboração de universidades portuguesas e espanholas, tem garantida a verba de 1.734.759,52 euros ao abrigo do Programa de Cooperação Interreg Espanha - Portugal (POCTEP) 2021-2027, financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
O objetivo passa por estudar a fragilidade da população com mais de 60 anos. "Queremos capacitar as pessoas de forma preventiva para que possam viver com boa qualidade independentemente da idade", acrescentou o investigador.
Esta iniciativa transfronteiriça envolve a Universidade de Salamanca, a Universidade de Vigo e o Instituto Politécnico de Bragança, com vista a sensibilizar e formar a população em hábitos que favoreçam o envelhecimento pleno e ativo, contribuindo ao mesmo tempo para gerar conhecimento científico sobre a fragilidade, canalizando-o para a prevenção, ajudando também a reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde pública.
As instituições envolvidas farão parte da equipa de trabalho que pretende obter pela primeira vez uma radiografia da fragilidade nas populações urbanas e rurais destes territórios, nomeadamente Bragança, Zamora e Ourense. O Iberlongevas centrará os seus esforços na investigação aplicada, analisando os hábitos de vida e desenvolvendo estratégias inovadoras, identificadas através de análises baseadas em inteligência artificial, para integrar, interpretar e otimizar os dados de saúde relacionados com o envelhecimento.
"Temos um concelho com uma população acima de 60 anos considerável, dispersa pelo território, com muitas freguesias rurais", salientou Isabel Ferreira, autarca brigantina, justificando o interesse neste projeto.
A primeira fase do Iberlongevas vai fazer o levantamento de dados junto da população para recolher dados sociodemográficos, qualidade de vida, saúde, apoio social, entre outros, para atingir uma amostra de mil pessoas, e assim "perceber como podemos prevenir o envelhecimento", afirmou Hélder Fernandes.
