Após a passagem da tempestade Leslie, o Porto da Figueira da Foz contabiliza prejuízos superiores a 5 milhões de euros.
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O administrador do Porto da Figueira da Foz, Luís Leal, disse esta terça-feira ao JN que os estragos na área de influência marítima são superiores a 5 milhões de euros, após a passagem da tempestade Leslie pela cidade.
"São 570 mil euros das infraestruturas públicas portuárias (como a iluminação e o cais), 1 milhão de euros da Lispor (confecionária responsável pelos contentores), 1.3 milhões da Operfoz (gruas/operadores), 830 mil euros das duas conservadoras Cofisa e Briosa (tendo a Cofisa estragos superiores), 500 mil euros da OP centro litoral, 800 a 900 mil euros de estragos nos estaleiros navais, 200 mil euros no parque de campismo (sem contabilizar as lesões pessoais das 150 rulotes que lá se encontravam), 100 mil euros dos clubes da marina, cerca de 120 a 130 mil euros no clube de ténis e ainda faltam os respetivos dados da Docapesca, Asfal centro e da aquacultura na morraceira", que explicam os estragos superiores a 5 milhões de euros, conta o administrador.
No que diz respeito aos 570 mil euros das infraestruturas portuárias, um dos passos é analisar o que tinha seguro e, fora disso, terá de ser investimento próprio da empresa, sendo ainda uma "fatia significativa de necessidade de manutenção", explica.
Luís Leal diz que o porto comercial está a funcionar, embora com restrições devido também à greve dos estivadores que se mantém às terças e quintas-feiras, relembrando o ditado "um mal nunca vem só".
Duas das quatro gruas existentes da Operfoz, responsáveis pela produção da pasta de papel (uma das principais áreas de exportação e carregador do porto) ficaram "impossíveis de recuperar". A necessidade de adquirir novas gruas com as mesmas características para poder continuar o serviço é urgente.
O administrador portuário garantiu que o porto comercial "está a funcionar", embora "com restrições", não só reflexo dos danos sofridos pelos operadores, mas em especial "devido à greve" dos estivadores que se mantém às terças e quintas-feiras.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).