O fogo que ameaçou, ao princípio da madrugada deste sábado, várias casas em São Brás de Alportel, depois de ter passado a barreira montada pelos bombeiros. Na região, mais de mil bombeiros e mais de 250 viaturas combatiam duas frentes de fogo.
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Os bombeiros montaram uma linha de defesa no topo da colina que dá para o vale onde está situado o Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, mas o forte vento fez o fogo passar por cima e tornou inglório o esforço feito até aí para defender a zona.
"O fogo era uma coisa de nada, num monte ali à frente, esteve lá um jipe, identificou o fogo mas não fizeram mais nada. Só depois, quando já era tarde, é que mandaram um autotanque", lamentou um dos moradores, António Rodrigues.
O sentimento dominante era de impotência face ao fogo e incompreensão para com o trabalho de prevenção que, na sua opinião, deveria ter sido feito ao final da tarde, o que consideram que teria evitado a progressão até à zona do Bico Alto.
Igualmente no local estava um empresário, de 76 anos, que disse à Agência Lusa, nunca ter visto um fogo tão grande na zona, em toda a sua vida.
"Houve um fogo há oito anos, mas não me recordo de um fogo tão grande como este. A situação está muito má e agora o vento ainda veio piorar mais. Temos todos de ir embora", afirmou.
Ao final da tarde de sexta-feira, o forte vento provocou o reacendimento do incêndio em Arimbo e levou-o para "as portas de São Brás de Alportel", designadamente na zona de Bico Alto, na parte mais alta da localidade, onde "coloca dezenas de casas em risco", disse um vereador da autarquia.
Vítor Guerreiro, que tem o pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, adiantou que já tinha sido dada ordem de evacuação da aldeia de Tereja, cuja população é composta sobretudo por pessoas idosas.