Nunca a Aldeia de Santo André tinha recebido tão grande mole humana na despedida de uma pessoa, como a vista esta terça-feira à tarde, no funeral de Bruno Chainho, o militar da GNR morto na noite de sábado num restaurante do Pinhal Novo.
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Mais de mil pessoas, na esmagadora maioria efectivos da Guarda Nacional República, entre os quais os agentes do posto de Pinhal Novo, incluindo um dos militares que foi ferido no restaurante, estiveram esta terça-feira em Santo André.
Depois da missa, a urna de Bruno Chainho foi transportada pelos colegas do posto do Pinhal Novo para o cemitério da aldeia, que dista escassos 100 metros da igreja.
Marcaram presença Miguel Macedo, ministro da Administração Interna e o general Newton Parreira, comandante-geral da GNR, além de membros das aasociações sócio-profissionais, visivelmente emociados com o clima de dor que envolvia a família de Bruno Chainho, filho único do casal Sérgio e Alcina.
Para prestar a derradeira homenagem ao colega de armas, o Comando Territorial de Setúbal (CTS) da GNR, fez deslocar efectivos de outros postos para permitir a presença dos militares colocados no Pinhal Novo.
Também o Corpo de Fuzileiros fez deslocar um pelotão de militares para render homenagem a um antigo companheiro.
Durante a missa de corpo presente várias pessoas se sentiram indispostas, tendo sido atendidas pelos Bombeiros Voluntários de Santo André, que tinham no local uma ambulância, com um médico e um enfermeiro. Depois do funeral uma pessoa foi transportada ao Hospital de Santiago do Cacém.
O porta-voz do CTS, tenente-coronel Jorge Goulão referiu que este "é um dos momentos mais complicados na GNR", face à "perigosidade envolvida" na situação ocorrida no sábado.
José Alho, presidente da Associação Socio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), justificou que se tratou de "uma morte dificil de evitar", sustentando que face à mutação da criminalidade "é necessário mudar a formação dos guardas", rematou. O patrulheiro defendeu a necessidade urgente de "reactivar" a Brigada Fiscal para "melhor controlar as fonteiras", concluiu.
Na urna com o corpo de Bruno Chainho, a mãe quis que o filho "levasse a sua paixão" o boné da guarda, tendo também sido depositada a medalha de Comportamento Exemplar com que o Comando Geral da GNR agraciou o militar falecido.