Num domingo de sol, a marginal da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde tinha, esta manhã, mais gente. Ainda assim, quase todos respeitavam as normas de segurança.
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Na Póvoa, a Polícia voltou a cortar os acessos. Já em Vila do Conde, cortes só junto ao Forte de S. João. Quem por ali andava, mantinha o distanciamento. A correr, a andar ou de bicicleta, todos são unânimes: "O importante é ter cuidados redobrados!"
"Na estrada não se vê quase ninguém. Aqui, há um bocadinho mais de gente, mas as pessoas não andam em grupos e têm cuidado. Sendo assim, acho que não há problema", explica Manuel Ribeiro, que com António Oliveira e Adriano Arcas veio a pedalar da Maia a Vila do Conde.
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Já era habitual juntarem-se, às vezes, aos 30. Agora, vão "em grupos muito mais pequenos", "sem grandes paragens" e "com as devidas distâncias". À chegada à Póvoa, Polícia Municipal e barreiras junto às piscinas. Na avenida dos Banhos, seja a pé, de bicicleta ou de carro, só andam moradores. A medida da Câmara da Póvoa começou pelos carros. Agora, é para todos e "vai manter-se, todos os fins de semana, enquanto se mantiveram as recomendações de isolamento social da Direção Geral de Saúde (DGS)" para evitar "enchentes à beira-mar". Manuel Ribeiro e os amigos foram obrigados a seguir pela EN13.
"É mais seguro para nós e para todos", diz José Martins que, com a mulher Maria Santos, veio dar "a voltinha de meia hora". Maria tem diabetes. Precisa de caminhar. Agradece à polícia. "Se não estivessem aqui, estava tudo cheio. Assim, o povo vai cumprindo", atira. Desde que é gente, nunca viu coisa igual. Agora, só vê os netos num adeus da varanda. "É triste, mas tem que ser", remata, conformada.
À tarde, a PSP montou arraiais à saída da A28, evitando a entrada na cidade dos que, vindos de fora, queriam passar à beira-mar.
Nas Caxinas, junto à Igreja do Senhor dos Navegantes, está a PSP. "Não podemos estar sempre presos, senão ficamos tolos", diz José Mateus. O pescador está em casa parado há um mês. Regressou de França. "Por causa do vírus, o barco nunca mais foi ao mar, nem se sabe quando irá", explica. José tem saudades do mar e, quase todos os dias, se não chover, vem vê-lo. Ainda que, por agora, seja "ao de longe".
Quando vem o sol, diz, há mais gente, mas "sem multidões", até porque, "de vez em quando, passa a Polícia" e, por isso, agora, "as pessoas espalham-se mais".
Junto ao forte de S. João, no extremo norte da marginal de Vila do Conde, mais polícia. Trânsito cortado dali até à beira-rio. Na praia do Forno, há um casal a ir a banhos. O acesso às praias está proibido e o areal deserto. Na marginal, há um casal aqui, pai e filho ali, uma mulher a caminhar, uma jovem sentada no paredão. Mantém-se as distâncias. Alguns usam máscara. Nem todos cumprem, mas a maioria sim.