O cenário já não é novidade, mas continua a revoltar os moradores e quem passa junto ao curso de água: nesta terça-feira, mais uma descarga poluente voltou a tingir de branco o rio Uíma, em Fiães, Santa Maria da Feira.
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Com os relatos de descargas a multiplicaram-se ao longo dos anos, a Câmara disse recentemente que pretende ter uma equipa de fiscalização permanente nas margens.
"A Câmara tem conhecimento desta última descarga tendo, em todas situações, comunicado as respetivas ocorrências ao SEPNA, no sentido de serem feitas as diligências necessárias para identificação da origem das mesmas. Está também a programar novas medidas em, estreita e permanente, colaboração com as entidades com competências na gestão das linhas de água", respondeu ontem a Autarquia, ao JN.
De acordo com os moradores, a mais recente descarga aconteceu pelas 8.30 horas de ontem, no ribeiro de Fiães, tendo como destino o rio Uíma. Referem que, à semelhança de outras ocasiões, as descargas "começam sempre por volta das 6 ou 7 da manhã e prolongam-se por várias horas".
Revoltados, os residentes lembram que, ao longo do tempo, diversas situações do género têm sido denunciadas às autoridades, mas sem qualquer efeito prático.
"Queixamo-nos às entidades todas e mais algumas, mas isso não tem chegado", afirma Sancho Coelho, um dos habitantes que têm vindo a denunciar as descargas.
O morador refere que "é muito fácil descobrir o poluidor". "Podem fazer análises à água para verificar qual é o produto poluidor e seguir o percurso da mina que vai dar até junto de quem fez a descarga", explica. "Há aqui qualquer coisa que não entendemos e que não faz sentido, nem pode fazer sentido nos dias de hoje. A Câmara investiu milhares de euros nos passadiços e tem a linha de água com descargas poluentes, não tratadas", acrescenta Sancho Coelho.
Na última reunião do Executivo, o vereador do Ambiente, Mário Jorge Reis, disse que será promovida uma reunião com a Agência Portuguesa do Ambiente para "validar um protocolo que visa ter, permanentemente, uma equipa de fiscalização nas margens do rio".