Um grupo de pais de escolas e associações localizadas na Rua de Costa Cabral, no Porto, vão manifestar-se hoje pela implementação de medidas de segurança rodoviárias, naquela que é uma das maiores ruas portuenses.
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O número de acidentes registado e a sensação de insegurança semeada entre os encarregados de educação e os alunos das instituições escolares Perpétuo Socorro, OSMOPE, Escola Básica de Costa Cabral e Academia de Música de Costa Cabral e Académico Futebol Clube estiveram na base desta medida.
Por sua vez, a Câmara do Porto garante que os estudos de velocidade efetuados naquela zona revelam que a circulação é feita dentro dos limites, mas afiança que serão aplicadas medidas preventivas.
Um dos impulsionadores deste movimento é Diogo Monteiro, pai de um aluno da Academia de Música Costa Cabral, que se mostrou muito preocupado com a segurança das crianças. "Não há lombas de abrandamento, a sinalização é fraca e a extensão da rua é propícia ao excesso de velocidade. Já houve vários acidentes recentemente e as crianças continuam todos os dias aqui em risco", explicou, ao JN.
Nesse sentido, organizou uma manifestação, agendada para as 16.30 horas, junto das instituições acima mencionadas, por acreditar que tanto os pais dos alunos como os moradores de Costa Cabral querem medidas para combater este problema. Após a realização de petições e "perante a ausência de ação da Câmara do Porto", este grupo optou pela manifestação, que terá um cordão humano.
Pedro Pereira, pai de duas alunas que frequentam a OSMOPE, escola com creche e 1.º ciclo, partilha destas preocupações e gostava ainda de ver os passeios alargados, bem como a transformação de Costa Cabral numa rua pedonal. Ciente da dimensão da transformação que essas mudanças significariam, já se contentava com resoluções mais imediatas.
"Pelo menos na zona onde há mais escolas [entre a ligação à A20 e o Marquês] poderiam reforçar a sinalização vertical e horizontal, aplicar um radar de controlo de velocidade no semáforo ou implementar passadeiras alteadas. Com uma lata de tinta isto já poderia estar resolvido amanhã", afirma Pedro Pereira, lamentando a relutância da autarquia portuense em atuar.
Instalar almofadas
A Câmara do Porto assume que este tema tem sido alvo de discussão e que está prevista a instalação de almofadas redutoras de velocidade, entre a Praça do Marquês e a Rua de Álvaro Castelões e junto à intersecção com a Rua de Luís Woodhouse.
Além disso, realizaram-se estudos sobre a velocidade dos veículos que circulam em Costa Cabral, tendo-se chegado à conclusão que "apenas 0,7% dos mesmos circulava acima dos 35 km/h".
"A Rua de Costa Cabral apresenta muitos cruzamentos com sinalização luminosa, troços com pilaretes a dividir as vias ou com traço contínuo e um grande número de viaturas em infração no período diurno que dificultam a ocorrência de excesso de velocidade. O município tem vindo a implementar uma série de medidas no local, de forma a melhorar as condições de segurança", explicou fonte da autarquia.
Segundo a mesma fonte, "há que salientar a divergência entre a realidade e a perceção popular", uma vez que os controlos de velocidade efetuados contrariam a ideia de que há um problema com o excesso de velocidade.
Diagnóstico
Estacionamento abusivo também é problema
Fonte da Câmara do Porto explicou que os comportamentos desadequados dos peões e condutores aumentam os problemas de segurança.
"Estacionamento ilegal/abusivo, que limita a visibilidade dos automobilistas/peões ou provoca a realização de manobras potenciadores de sinistros, velocidades de circulação excessiva e desrespeito pela sinalização colocada, incluindo semáforos" são alguns dos exemplos apontados.
A Via de Cintura Interna, a Avenida da Boavista e a Estrada da Circunvalação são algumas das zonas identificadas pela elevada sinistralidade.