<p>Em tragédias de grande dimensão, fazer balanços de vítimas não é tarefa fácil. Na Madeira, já foram avançados vários e contraditórios números. O registo oficial mantém-se nos 42 mortos, mas agora como estimativa e não como uma certeza, segundo a secretária regional do Turismo.</p>
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"Começámos a falar de 42 no domingo à noite" com base na "análise do local", explicou Conceição Estudante, que fez questão de sublinhar que não pretende alimentar a controvérsia sobre os números. Recorde-se que, anteontem, Alberto João Jardim referiu a existência de 39 mortos. Nesse dia, foram encontrados mais dois corpos na Ribeira Brava, mas Conceição Estudante, porta-voz do Governo regional, manteve o balanço em 42 vítimas.
Na conferência de imprensa de ontem, a secretária regional explicitou que deram entrada na morgue 39 corpos, sendo que 37 já foram autopsiados. Alguns já foram entregues às famílias para a realização das cerimónias fúnebres.
O coordenador do Ministério Público na Madeira afirmou, porém, à Lusa que foram concluídos, até ao meio-dia de ontem, 36 procedimentos para a autópsia dos 38 cadáveres entrados no necrotério.
O número de desaparecidos tem oscilado - na segunda-feira, eram 32 e anteontem 13 - e agora está fixado nos 18. Para aumentar a confusão, Conceição Estudante admite que das 18 pessoas que permanecem por localizar, algumas "não estão na contabilidade inicial dos 42 mortos".
O número de desalojados tem também variado: na segunda-feira, o vice-presidente do Governo Regional falava em 370 pessoas enquanto Jardim referia 26 famílias; anteontem e ontem o número oficial era de 600 deslocados, correspondendo a 193 famílias.
"Todos têm noção" que houve "problemas de comunicações", mas "a estimativa ainda é inferior ao que será deverá ser realidade", afirmou Cristina Estudante.