A maior parte dos holandeses que viajavam no autocarro que se despistou, no Algarve, estavam a dormir quando se deu o acidente, que causou três mortos (duas mulheres e um homem) e 31 feridos. Outros perceberam que o veículo estava desgovernado e ainda gritaram ao motorista para se manter na estrada.
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Uma chupeta de um bebé de três anos, vidros partidos e manchas de sangue eram visíveis, na manhã desta quinta-feira, junto ao local onde ocorreu o acidente.
Na estrada, junto à urbanização de Texugueiras, Albufeira, as marcas do acidente ficaram à vista de todos com o amanhecer, altura em que também os trabalhadores ao serviço do concessionário da A22 estavam a arranjar o rasto de destruição deixado pela saída do autocarro.
Só com o amanhecer foi também possível perceber que o veículo pesado terá saído da faixa de rodagem e andado, já em despiste, cerca de 50 metros, até se imobilizar lateralmente na via sobre a A22.
Segundo o jornal holandês "De Telegraaf", alguns passageiros estavam a dormir quando se deu o acidente. Outros, em pânico, gritaram, pedindo ao motorista para se manter na estrada.
"Acordei quando uma mulher pediu, aos berros, ao motorista para se manter na estrada", diz, ao jornal, um familiar de um dos feridos.
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O acidente comentado no Twitter por um amigo de umas das vítimas
Conforme o JN testemunhou no local, o autocarro partiu os ferros do separador lateral da autoestrada, foi arrastando pedras, e acabou por escorregar por uma espécie de rampa ao lado do viaduto, que tem seis metros de altura.
"No meio disto tudo, foi a sorte deles, porque se tivessem caído mesmo a pique do viaduto seria muito pior", contou ao JN, Inácio Pereira, que vive a uns 50 metros do local onde ocorreu a tragédia.
O mesmo testemunho recorda que, na altura do acidente, ouviu "um barulho estranho", mas que só percebeu tratar-se duma situação tão grave quando tentou chegar perto, mas foi barrado pela polícia.
Os trabalhos de limpeza da A22 estavam em fase de conclusão por volta das 11 horas. Também a reconstrução da berma e redes de proteção estavam a ser efetuadas esta manhã.
Entretanto, a operadora turística holandesa já disponibilizou um voo para os feridos que queiram regressar ainda esta quinta-feira ao país.
No entanto, a maioria dos turistas holandeses não manifestaram, para já, vontade de regressar à Holanda, disse aos jornalistas um porta-voz do operador turístico que organizou a viagem.