Mais de 30 mil visitantes têm percorrido, diariamente, o recinto da Viagem Medieval de Santa Maria da Feira. Na noite da primeira sexta-feira da recriação histórica, mais uma enchente. Já não restam dúvidas: esta é a Viagem Medieval mais concorrida de sempre, conforme era a expectativa da organização.
Corpo do artigo
Noite de sexta-feira. Há sorrisos e confraternizações por todo o lado. A extensa manta humana composta por grupos de amigos e famílias que convivem alegremente ao longo das margens do Cáster, no Rossio e na zona histórica, impressiona. São muitos os que esperam pela sua vez para serem atendidos numa das barracas de lembranças ou para entrar nas concorridas recriações históricas. A sempre requisitada área das tabernas com o porco no espeto tem estado repleta, mas sem constrangimentos.
Gente despreocupada, a viver o momento. Não há sequer sinais da peste dos tempos modernos. A covid-19, que impossibilitou a realização da iniciativa nos últimos dois anos, parece estar esquecida e encontrar um rosto com máscara entre os milhares de forasteiros é tarefa quase inglória.
Este vai ser o ano com mais visitantes de sempre
"Está a ser impressionante. Há mesmo muita gente, este vai ser o ano com mais visitantes de sempre", garante Joaquim Pinto, responsável pela barraquinha da Confeitaria Renascer, onde as fogaças a seis euros e os pães com chouriço a dois euros não param de ser requisitados.
Miguel Leão, presidente da Associação de Comerciantes da Zona Histórica, que na inauguração mostrava ao JN alguma cautela e apreensão sobre a 25.ª edição da Viagem Medieval, confirma, agora, os bons resultados dos primeiros dias: "No meu estabelecimento e nos dos associados tivemos o melhor primeiro dia de sempre da Viagem Medieval". "Os dias do evento que já tivemos correram, para toda a gente, de forma mais positiva do que nos anos anteriores. Tem havido mais pessoas", reitera.
Igualmente satisfeitos, os visitantes não poupam nos elogios, mesmo quando há reparos a fazer. "Estamos muito satisfeitos. Há muita gente, mas nos locais de alimentação conseguimos comer com tranquilidade e circular bem", garante o casal Linda e Flávio Costa.
"Só não gostamos dos cinco euros que nos cobraram no parque de estacionamento. É um pouco exagerado", considerou o casal, que não conseguiu deixar o carro num dos locais gratuitos ou nos parques cujo preço é inferior (a maioria).
Assustei-me um pouco quando entrei no espaço e fui confrontado com tanta gente
"Assustei-me um pouco quando entrei no espaço e fui confrontado com tanta gente. Estava receoso por ter o meu filho comigo no meio desta multidão, mas está tudo a correr bem" afirmou, por seu turno, António Sousa, que viajou do Porto na companhia do filho menor, ainda sorridente com a atuação do "Tosta Mista, o malabarista".
Além dos espetáculos de grande formato, sempre com "plateia" repleta, outras representações têm feito sucesso ao longo dos dias. As atuações do "Tosta Mista, o malabarista", personagem icónica do evento, é um dos exemplos que têm merecido aplauso unânime. Este bobo da corte, alto, satírico e atrevido, que se faz acompanhar por caixas, pinos e bolas, tem conquistado os forasteiros. Pode ser visto entre as 16.30 e as 18.30 horas, em vários locais do evento, com atuações gratuitas.
Autoridades atentas à venda de álcool a menores
A PSP da Feira levou a efeito, com a colaboração da ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica a operação "Noite Segura - é noite tranquila" no recinto e periferia da Viagem Medieval. Concretizada na noite de sexta-feira, teve como objetivo principal o combate à venda de álcool a menores. A segurança e visibilidade policial, em época de férias, através de ações de fiscalização e controlo de pessoas, viaturas e estabelecimentos, sobretudo em zonas de maior concentração de pessoas e circulação de veículos são objetivos das autoridades.
Trajes de nobre e de cavaleiros são os mais procurados
A organização da Viagem disponibiliza na Casa do Moinho, na zona das margens do Rio Cáster, o aluguer e venda de roupas à época medieval. "Os trajes de nobre e cavaleiro são os que têm sido mais procurados por pessoas que querem estar completamente vestidas a rigor, com roupas, calçado, coroas e malas", confirma Vânia Costa. A responsável pelo espaço diz que os trajes fazem parte do guarda-roupa oficial da Viagem, sendo que o aluguer por 24 horas pode custar entre 20 e 30 euros.
A loja tem também lembranças disponíveis para venda, sendo as louças oficiais, como canecas, copos e pratos, que podem custar de um a 20 euros, as mais procuradas. "Há pessoas que fazem coleção da louça e compram todos os anos", diz Vânia Costa. Há, ainda, uma moeda comemorativa da 25.ª edição da Viagem Medieval com o custo de 3,50 euros.