Está a decorrer uma marcha para sensibilizar quem possa dar informações acerca do paradeiro de uma grávida de sete meses de gestação que está desaparecida desde outubro, na Murtosa, desde o início da tarde desta quinta-feira, no centro daquela vila da zona litoral do distrito de Aveiro.
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Os cidadãos que participaram na marcha estão com balões brancos e t-shirts brancas com a foto da desaparecida, Mónica Silva, além de cartolinas com uma única frase: "Família Valente queremos o corpo de Mónica Silva", estando militares da GNR a monitorizar à distância as movimentações populares durante a marcha.
O principal suspeito e único preso preventivo sobre este caso do desaparecimento é o empresário Fernando Valente, de 38 anos, divorciado, também residente na Murtosa, que mantinha uma relação com a vítima.
As pessoas em solidariedade com a família de Mónica Silva estão a dirigir-se para uma loja de flores, "Rosita", propriedade de Rosa Valente, mãe do principal suspeito, preso preventivamente no Estabelecimento Prisional Regional de Aveiro.
Para além de familiares, vizinhos e amigos da mulher desaparecida estão já a percorrer as principais ruas do centro da vila. Uma das suas tias, Filomena Silva, bem como a sua irmã gémea, Sara Silva, encontram-se entre os vários elementos da família, residente na freguesia e concelho da Murtosa.
"Estamos a apelar a que finalmente nos digam onde é que esconderam o corpo da Mónica, para ao menos podermos fazer um funeral digno, porque o Natal já está aí” disse esta tarde ao JN Filomena Silva, porta-voz da família.
Mónica tem dois filhos menores
Mónica Silva, de 33 anos, está desaparecida desde a noite de 3 de outubro. Tem dois filhos menores, de 14 e 11 anos, e tem sido alvo de buscas, oficiais e particulares, mas todas sem êxito, o que levou os seus familiares a promover esta marcha.
Os participantes na marcha estão também a homenagear não só Mónica Silva, como também o seu nascituro, com quase sete meses e meio de gestação, que já tinha um nome escolhido, Gonçalo Augusto, por quem a tia, Filomena Silva, solicita que "a Família Valente tenha de uma vez por todas coração e diga onde está o corpo da Mónica com o bebezinho".
Fernando Valente, de 38 anos, empresário e contabilista, divorciado, está em prisão preventiva desde 18 de novembro, na Cadeia Regional de Aveiro, por se encontrar indiciado por alegado cometimento de vários crimes, de homicídio consumado qualificado, de profanação e de ocultação de cadáver e de aborto agravado.
O principal arguido, que manteria um relacionamento amoroso com Mónica Silva, ainda antes de ter sido detido negou sempre qualquer tipo de envolvimento no caso da desaparecida, desmentindo igualmente ser o pai do feto, com quase sete meses e meio de gestação.
Recentemente, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, afirmou, em Lisboa, que as forças de segurança estavam "a trabalhar com afinco", recordando que há um suspeito em prisão preventiva há um mês, já detido pela PJ de Aveiro.
Questionado acerca do corpo da vítima não ter sido ainda encontrado, Luís Neves salientou que continuam à procura de Mónica Silva, acrescentando ainda que "infelizmente nem sempre se consegue recuperar o corpo das vítimas, mas não é por isso que deixam de ser condenados nas penas máximas, que são de 25 anos de prisão os seus autores".