Tomás Cirilo e Rafael encarnam orgulhosamente a personagem de Camilo Castelo Branco. Na frente da marcha do Centro Social e Cultural Dr. Nuno Simões seguem de arco em punho, fato a rigor, os característicos óculos do escritor, e claro de bigode farfalhudo.
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“O bigode é o mais chato”, diz Tomás enquanto aguarda o início do desfile das marchas infantis que juntou ontem, na cidade de Famalicão centenas de crianças nas marcas antoninas infantis. Este ano “Camilo Castelo Branco em Famalicão” foi a temática.
“Eu gosto de participar porque é divertido, eu já venho desde os três anos”, aponta Rafael que acompanhado pelos outros dois colegas explica que ensaiaram uma coreografia que terão oportunidade de apresentar no final do desfile, no Parque 1º de Maio.
A marcha do Centro Dr. Nuno Simões tem 150 crianças dos 3 aos 14 anos, apresenta uma letra original, e começou a ser preparada há cerca de cinco meses. “Vi o programa sobre os 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco” para poder tirar algumas ideias”, explica Ana Rita Guimarães, educadora de infância e coordenadora do grupo.
Depois idealizaram as roupas, os acessórios, arranjaram um instrumental, e há cerca de um mês começaram a ensaiar a coreografia. “Este ano todos vão participar na coreografia, os mais pequenos e os mais velhos”, diz Ana Rita. “Queremos sempre fazer melhor de uns anos para os outros”, sublinha.
E esta evolução vai-se sentindo grupo após grupo, e há até quem reconheça que até há uma “rivalidadezinha” para ver quem consegue melhor. O júri distingue o melhor guarda roupa, arcos, melhor marcha havendo depois o “grande vencedor das marchas infantis”.
Quem também preparou uma coreografia para apresentar foram os alunos da EB de Quintão, situada em Arnoso de Santa Eulália. E o entusiasmo notava-se. “Eu adoro isto. Gosto muito de desfilar e de dançar”, aponta Luísa Novo que assume o papel de Ana Plácido tal como Mafalda que já lamenta ser o último ano que participa. “Gosto muito de dança e não achei a coreografia difícil”, diz notando que pratica hip hop como que justificando a paixão pela dança.
Mas, além das roupas, das músicas, das coreografias também há uma parte pedagógica já que quem foi Camilo e o escreveu fez parte da construção de cada marcha. “Tivemos de explicar quem foi o escritor e como era aquela época”, confirma a educadora Daniela Trindade. As marchas infantis foram o tiro de partida das Festas Antoninas que se prolongam até ao dia 13.