As marchas Antoninas de Famalicão saíram à rua na quarta-feira à noite, enchendo a cidade de brilho e cor. A ARCA (Associação Recreativa e Cultural de Antas) foi o grupo vencedor.
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Dez grupos trabalharam sobre os "100 anos da Capela de Santo António", apresentando, cada um, uma marcha sobre o assunto. Desde os arcos à animação de rua, passando pelas roupas, música e coreografia, tudo é pensado ao pormenor. A estreante marcha dos Bombeiros Famalicenses foi a última a atuar, dedicada ao subtema "São Tesouros". Com arcos que simbolizavam arcas de tesouros, os 140 marchantes foram a palco aludir ao valor do património, nomeadamente da capela de Santo António.
Ainda antes de chegarem ao palco instalado nos Paços do Concelho, os marchantes percorreram as principais ruas da cidade. E mesmo antes de começar o desfile, ainda davam os últimos retoques, uns retocando a maquilhagem, outros ordenando a marcha. Marco Rocha acendia as luzes dos arcos da marcha da União de Freguesias de Gondifelos, Cavalões e Outiz, que recriaram a capela do santo casamenteiro. Nenhum pormenor ficou de fora, desde o relógio ao sino. "Demorei cerca de quatro meses a fazer os arcos. Trabalhava neles depois do trabalho", contou Marco, que trabalhou em prol do "amor" pela terra.
Durante meses, os grupos dedicaram-se não só aos arcos, mas também à criação das roupas, letras e coregrafia, ensaiando para que tudo fosse perfeito. "Foi lindo demais", afirmou Laurindo Carneiro, da Associação Recreativa e Cultural de Antas (ARCA), no final da atuação. "Foi um trabalho divinal feito ao longo de meses", acrescentou, mostrando satisfação pelo trabalho feito.
Depois da atuação, a adrenalina é deixada em palco e há quem festeje mal coloca o pé fora do palco e quem relembre o que correu menos bem. "Sem palavras, são muitos meses a trabalhar para chegar aqui e ser tão rápido", adiantou a responsável pela marcha de Ruivães, que agregou mais de uma centena de pessoas. "Correu muito bem", disse.
Mas, por outro lado, também há quem confesse sentir o incentivo do público pelas ruas da cidade e antes de entrar em palco como foi o caso da marcha de S. Salvador da Lagoa. "Foi uma atuação bem conseguida", adiantou uma das responsáveis.
Além da estreante marcha dos Bombeiros Famalicenses, este ano, a marcha da Associação Unidos de Avidos voltou a participar depois de, no ano passado, ter decidido ficar de fora.
ARCA venceu marchas
A ARCA - Associação Recreativa e Cultural de Antas foi a vencedora das Marchas Antoninas de Famalicão, com os perto de 100 marchantes da associação a conquistarem o júri do desfile. Com um total de 90 pontos, a marcha de Antas arrecadou ainda os prémios de “Melhor Coreografia”, “Melhor Guarda-Roupa” e “Melhor Música”.
Os dez grupos foram avaliados pelo júri de rua, composto por Rui Alpoim, Ana Albergaria e Carlos Alberto Vieira, que analisam a popularidade de cada um. Os jurados Salgado Almeida, João Albergaria, Cláudia Azevedo, Carlos Alberto Moniz e José Moura avaliam a coreografia, os arcos, o guarda-roupa, a letra e a musica.
Os marchantes foram sempre sendo acompanhados por centenas de pessoas que assistiram às atuaões nas bancadas instaladas nos Paços do Concelho. Joana Cardoso sempre gostou de ver as marchas. "Todos os anos tento vir ver. Adoro marchas e são as festas do nosso concelho", apontou, confessando o desejo de fazer parte de uma. "Quem sabe um dia", apontou.
As bancadas colocadas junto ao palco foram pequenas para tanta gente que queria ver as atuações. Muitos preferiram ver as marchas a partir das ruas da cidade, já que este ano foram colocados ecrãs gigantes.