O Município da Póvoa de Lanhoso instalou, este domingo, uma estátua da Maria da Fonte na freguesia de Fontarcada. A inauguração do monumento insere-se nas comemorações dos 175 anos da revolta popular.
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Da autoria de Jorge Ulisses, esta estátua resulta da mobilização de um grupo de povoenses da diáspora que, em 1968, deram início a uma subscrição pública para a mandarem fazer. Apesar de, em 1970, a iniciativa já ter acumulado perto de 38 mil escudos, a estátua só viria a ser inaugurada a 15 de agosto de 1978. Esta representação da Maria da Fonte, que agora foi colocada na freguesia de onde era originária a heroína, esteve colocada no centro da vila da Póvoa de Lanhoso, até ser substituída pela imagem concebida por Augusto Távora, em 1996. Segundo o Município da Póvoa de Lanhoso, a colocação da estátua na freguesia de Fontarcada, a dois quilómetros da sede do concelho, corresponde a "um desejo manifestado, no passado, pela própria Junta de Freguesia".
SÍMBOLO DE IDENTIDADE
Maria da Fonte ficou conhecida por ter dado início, em 1846, a uma revolta contra o Governo de Costa Cabral que se alastrou a todo o país. Os revoltosos estavam contra a proibição de enterrar os mortos nas igrejas, mas também se opunham aos elevados impostos e às novas leis de recrutamento militar. O Governo viria a cair na sequência destes acontecimentos e Maria da Fonte acabaria por se tornar num forte símbolo identitário para as gentes da Póvoa de Lanhoso, do Norte e até do país. O Hino do Minho, mais conhecido como Hino da Maria da Fonte, ainda é segundo hino mais importante de Portugal, logo a seguir ao Hino Nacional, encontrando-se regulamentado na lei, deve ser tocado nas honras à maior parte das figuras do Estado, com exceção do presidente da República.