A Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, assinalou esta sexta-feira a passagem dos 20 anos da liberdade religiosa em Portugal, na inauguração do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima.
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Após um ano de interregno por causa da pandemia, o evento regressou com uma edição dedicada ao tema "As religiões nos jardins" e a governante aproveitou para, durante o seu discurso inaugural, recordar que 2021 é um marco na questão do direito à religião a nível nacional (a lei portuguesa remonta a junho de 2001). E referir também que, no país, se vive "uma fase mais positiva desta pandemia" e que a deslocação a Ponte de Lima representou o seu "primeiro evento fora de Lisboa desde outubro".
Com 17 anos de existência, o festival cumpre este ano a 16.ª edição, que decorrerá até 31 de outubro, com a exposição de 11 novos jardins, concebidos por criativos de todo o mundo. Inclui também o jardim vencedor do certame anterior e ainda de o mini-festival Escolinhas, criado pelos alunos mais novos do concelho, que Mariana Vieira da Silva destacou. "Quando visitei os jardins das crianças perguntei a cada uma das professoras se naquela turma, havia pessoas de religiões diferentes. Na maioria delas não havia, em algumas sim, mas todas aquelas crianças estão, a partir do momento, em que dialogam sobre as religiões diferentes, mais preparadas para esse mundo de diversidade, onde hoje nós vivemos".
Aos jornalistas, a ministra sublinhou que "a aprendizagem das diferenças é a nossa única maneira de vivermos em sociedade sem extremismos e com coesão". E comentou ainda que, depois de visitar os jardins, saía de Ponte de Lima "inspirada para decisões e dias mais difíceis, sabendo que, em cada vila e em cada cidade do nosso país, todos se estão a organizar para vivermos este momento nas condições em que podemos viver". "Sabemos que o caminho ainda vai ser longo e temos que reunir energias para o enfrentar", rematou.
O autarca de Ponte de Lima, Vítor Mendes, evidenciou orgulho de receber, anualmente, um evento que constitui "um exemplo", já que recebeu nos últimos 17 anos "centenas de propostas de jardins dos quatro cantos do mundo". "O único continente que nunca teve um concorrente foi o africano", lembrou.