Em resposta às dúvidas levantadas pelo deputado do PSD, Rodrigo Teodoro Passos, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou novidades no projeto para reconversão do Matadouro de Campanhã: será construída uma nova esquadra (o atual edifício será demolido) e nascerá uma cave logística semelhante à do Bolhão.
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Perante possíveis alterações ao projeto de reconversão do Matadouro de Campanhã, o social-democrata Rodrigo Teodoro Passos interpelou, esta segunda-feira à noite, em sessão de Assembleia Municipal do Porto, o presidente da Câmara sobre quais as motivações que conduzirão à eventual demolição de "dois edifícios históricos" naquela área, em particular o da esquadra da PSP da Corujeira.
Em resposta ao deputado, Rui Moreira confirmou essas alterações e explicou tratar-se de uma proposta feita pelo arquiteto: "uma grande praça". "Pretendemos retirar os muros [da Rua de S. Roque da Lameira] de tal maneira que passe a ser uma rua em que as pessoas possam entrar livremente e ter a fruição daquele espaço que está, ou estava ainda, fechado. Portanto, aquilo desaparece. E isso implica, de facto, demolir aquele edifício onde esteve a esquadra, que de resto não servia para a polícia. A polícia não cabia lá", clarifica o autarca.
Mas com isso, continuou Moreira, será construído um novo edifício para a polícia. "Quem entra do lado esquerdo, bem encostado à via férrea, vamos construir um edifício com todas as condições e vai ser lá dentro a esquadra da polícia. Naqueles armazéns antigos encostados à via férrea, há um que fica para a polícia. Ficam ali com ótimas condições, principalmente também porque conseguem assim parar lá os carros", especificou o presidente da Câmara do Porto, numa sessão que ficou marcada também pela reivindicação dos presidentes de Junta de Ramalde e do Centro Histórico do Porto de um maior policiamento na cidade face à elevada presença de toxicodependentes e venda de droga a céu aberto na zona da Movida.
Cargas e descargas para área museológica
Ainda em relação ao projeto de reconversão do Matadouro, as alterações anunciadas pelo autarca vão permitir construir uma cave logística, que também não estava prevista no projeto inicial. De acordo com Rui Moreira, o objetivo da Câmara do Porto é o de criar uma "extensão da galeria municipal, uma parte museológica", obrigando à criação de uma zona para cargas e descargas "que não seja ao ar livre". Este critério, recordou, foi também utilizado para a requalificação do Mercado do Bolhão.
"Não queremos que as cargas e descargas no futuro na cidade sejam feitas ao ar livre", sublinhou, garantindo que "proximamente" apresentará o projeto com estas alterações.