A Urgência da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, está a reencaminhar casos não urgentes para outros hospitais devido à falta de anestesistas.
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"A urgência está aberta, só se for algum caso em que o parto não seja urgente será encaminhado para outro hospital. As senhoras podem vir, serão observadas na Maternidade, depois da análise da sua situação, será decidido o que fazer. Se não for urgente, se não for iminente o parto, será encaminhado para outra unidade, no âmbito da rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", disse à Lusa fonte oficial do Centro Hospital de Lisboa Central.
A mesma fonte oficial do Centro Hospital de Lisboa Central, que integra a MAC, confirmou a notícia avançada pelo jornal i, de que está apenas um anestesista ao serviço, tanto esta segunda-feira como na terça-feira.
"Temos efetivamente um anestesista, o que significa que em casos absolutamente necessários, uma grávida poderá ser transferida para outro hospital. Se vier uma senhora com uma gravidez de risco ou em iminência do trabalho de parto será logo atendida, observada, ficará internada e terá o seu parto", sublinhou.
No mesmo sentido, as 17 mulheres que se encontram internadas na MAC, caso entrem em trabalho de parto, serão assistidas.
"Para manter a segurança das grávidas, não podemos receber senhoras de fora", afirmou à TSF Maria José Alves, médica responsável pela medicina materno-fetal da Maternidade Alfredo da Costa (MAC). As mulheres internadas "sofrem de patologia materna e patologia fetal, podendo em qualquer altura necessitar de uma intervenção cirúrgica, e o pior que poderia acontecer é termos duas emergências ao mesmo tempo e só termos um anestesista", explicou. Para obstar a esta situação, acrescenta, "decidimos que o mais sensato era fechar a maternidade às senhoras que vêm de fora".
Falta vontade
Maria José Alves diz que a situação é "inexplicável" e considera que há falta de vontade para resolver o problema. "É difícil acreditar que tem havido vontade de resolver este problema. Os responsáveis sabem que há falta de recursos humanos, não só na nossa maternidade, e inexplicavelmente não abriram vagas".
A médica garante que a administração da maternidade conhece bem o problema e espera que a situação fique resolvida o quanto antes, caso contrário, a Urgência da maior maternidade do país vai continuar fechada.