A Autoridade Marítima Nacional (AMN) decidiu atribuir, a título póstumo, a Medalha de Filantropia e Dedicação a José Festas. A voz dos pescadores morreu a 4 de maio de 2021, aos 58 anos, na sequência de um AVC hemorrágico.
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"É concedida a Medalha de Filantropia e Dedicação, grau prata, ao Mestre José Festas, a título póstumo, pelos, muito importantes, serviços prestados ao Instituto de Socorros a Náufragos", justifica o chefe do Estado-Maior da Armada e AMN, Gouveia e Melo, que dá, assim, cumprimento à proposta do diretor-geral da AMN.
Na sequência do naufrágio do "Luz do Sameiro", que, a 26 de dezembro de 2006, matou seis pescadores das Caxinas, Vila do Conde, depois de mais de três horas à espera de socorro, José Festas foi o rosto da revolta dos pescadores. Meses depois, fundou a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, que presidiu até morrer. A pesca passou a ter voz em Lisboa, ganhou equipamentos e mais investimento, o socorro foi dotado de meios. A segurança no mar passou a ser prioridade. Em 2017, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a Associação como Membro Honorário da Ordem do Mérito.
A 29 de novembro, um dia depois de completar 58 anos, José Festas sofreu um AVC. Morreria cinco meses depois.
Depois do anúncio da Medalha, o almirante Gouveia e Melo virá, amanhã, à Póvoa de Varzim para a entrega oficial do novo salva-vidas, o "Patrão Cego do Maio". A embarcação, de última geração, deveria ter ficado pronta em 2018. Chega, agora, quatro anos depois para substituir o "Patrão Joaquim Casaca", que tem mais de 40 anos de serviço. A cerimónia, integrada no 130.º aniversário do Instituto de Socorros a Náufragos vai ainda homenagear vários elementos que contribuíram para o salvamento de vidas humanas no mar.