O médico António Araújo lançou, esta terça-feira, o movimento "Porto com Porto", que pretende elaborar um conjunto de ideias para a cidade que possam ser "apropriadas pelos decisores políticos". O diretor do serviço de Oncologia do Santo António diz que, "neste momento", não é um embrião de uma candidatura autárquica.
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"Neste momento, é apenas um movimento cívico que pretende refletir sobre a cidade do Porto", respondeu António Araújo, quando questionado sobre a possibilidade de o movimento ser a base para o lançamento de uma candidatura independente à Câmara do Porto.
Apesar de admitir que já foi constituída uma associação, à semelhança do que fez Rui Moreira, há 13 anos, o médico recusa-se, para já, a falar das autárquicas de 2025, preferindo referir-se ao momento atual, que esta terça-feira passou pela apresentação do movimento que tem a primeira iniciativa agendada para 8 de outubro: um debate sobre temas como segurança, urbanismo e mobilidade.
"Este é o momento adequado, porque o Porto defronta-se com inúmeros problemas. É o tempo certo para se refletir e construir um projeto que possa dar soluções aos decisores políticos. Neste momento, há todo este trabalho para apresentar à sociedade e aos decisores políticos", referiu António Araújo, para acrescentar: "As soluções que vamos apresentar, tomará nós que sejam coerentes e possam ser aproveitadas na altura para a decisão política as implementar".
Embora garanta que não procura fazer "juízos de valor sobre quem está a gerir a cidade", são muitas as críticas do movimento ao estado em que se encontra o Porto. "Temos hoje uma cidade descaraterizada e que perdeu a oportunidade de concretizar muitas das expetativas dos seus munícipes. Por exemplo, de terem acesso a uma Baixa que seja uma casa-segura ou a ter ofertas culturais tão marcantes como o caos que está instalado no trânsito", defende.
"Enquanto movimento de cidadãos do Porto vamos pedir mais. Melhor: exigir mais!", prosseguiu o médico, apontando ainda na direção da Câmara gerida pelo independente Rui Moreira: "Tem que trabalhar com um orçamento equilibrado, que crie riqueza e possa devolver aos munícipes, na forma de investimento nas pessoas, no equipamentos, nas infraestruturas e no território... algo que, há muito, não se vê acontecer!.
Segundo António Araújo, com o movimento "Porto com Porto", os "portuenses vão ver que é possível executar um programa de desenvolvimento para a cidade, que também promove o aumento da coesão social, a segurança e a sustentabilidade" da cidade. "Um programa que combate a corrupção, que cria condições para fixar os jovens na cidade, que melhora as respostas às novas formas de mobilidade sustentável e à descarbonização, que traz desenvolvimento harmonioso e que abraça os desafios nas áreas da educação e da saúde", acrescentou.
Prometendo que o movimento vai ser "uma força viva e crítica na cidade", António Araújo comprometeu-se ainda a "devolver" ao Porto "a centralidade regional", nomeadamente dando-lhe uma nova voz no Conselho Metropolitano.