Sindicato denuncia problemas em psiquiatria e pede medidas. Centro Hospitalar recusa vigilante permanente.
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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) "a ocorrência de vários episódios de violência contra médicos", em particular no edifício onde está instalado o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, junto ao Hospital de Penafiel. Pede mais segurança para profissionais e doentes, melhoria nas condições físicas dos gabinetes médicos, com duas portas e botões de pânico, assim como a presença de vigilante. O Hospital admite apenas "um episódio de violência grave sobre médicos" naquele serviço e diz que foram tomadas medidas imediatas, estando outras a ser equacionadas.
O ofício seguiu em meados de janeiro, mas o secretário regional do Norte do SIM, Hugo Cadavez, afirma que ainda não houve resposta. Sobre o departamento em causa, o responsável sindical afirma que "não há condições de segurança para médicos e doentes" e que, além de agressões a médicos, acontecem "agressões de doentes a outros doentes internados". Acredita ainda que há mais casos de violência "física e verbal" do que os que são reportados.
Prevenção
No documento enviado ao CHTS, o sindicato alega que os gabinetes médicos, que não cumprem "medidas de segurança (...) para prevenção de violência contra profissionais de saúde". São "pequenos, com apenas uma porta e com disposição do mobiliário no gabinete desadequada".
Um dos exemplos é que a cadeira do doente fica junto à porta, "impedindo a fuga do médico em caso de ameaça ou agressão". Hugo Cadavez denuncia ainda a inexistência de botão de pânico e a falta de vigilante naquele edifício que funciona "à parte do restante hospital, distanciado de apoio de segurança imediato". "Doentes com atitudes hostis mantêm-se no internamento sem qualquer tipo de limitação ou presença de vigilância permanente, estando o vigilante apenas disponível para se dirigir ao local após chamada telefónica, com demoras na chegada ao local a ultrapassarem os 10 minutos", sustenta.
Não respondendo concretamente às questões, o CHTS confirma que houve "um episódio de violência grave sobre médicos, no serviço de internamento de psiquiatria", situação que "originou o pedido de transferência do doente da instituição, bem como medidas suplementares". O centro hospitalar refere que "passaram a fazer-se rondas regulares", mas que não é considerada "necessária a presença permanente de segurança no internamento".