
Terrenos da antiga Feira Popular em Entrecampos
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, comunicou esta sexta-feira o adiamento do leilão dos terrenos da antiga Feira Popular, marcado para segunda-feira.
A decisão prende-se com a carta que câmara recebeu quinta-feira do Ministério Público a pedir esclarecimentos sobre o empreendimento, designado de Operação Integrada de Entrecampos.
Medina entendeu, por uma questão de transparência para com os eventuais investidores, adiar a hasta pública para o dia 23, terminando o prazo das propostas no dia 22. Desta forma, os mesmos terão mais tempo para avaliar as questões do Ministério Público e também as devidas respostas que o presidente diz já ter dado ainda na quinta-feira.
Recorde-se que dez entidades mostraram interesse nos terrenos e pediram informações adicionais. Entre elas, estão a banca e seguradoras.
Mas este projeto não se desenrolou de forma pacífica. O CDS-PP tem colocado algumas dúvidas, designadamente sobre o modelo de loteamento, ou seja, os centristas entendem que o projeto prevê mais construção (mais edificabilidade) do que a lei permite. Em outubro, apresentou mesmo na Procuradoria-Geral da República um pedido de sindicância.
Segundo o presidente da câmara, os esclarecimentos pedidos agora pelo Ministério Público prendem-se, precisamente, com as questões levantadas pelo CDS.
E sobre isso, esta sexta-feira Fernando Medina foi cabal: "a edificabilidade definida na atual operação é exatamente a mesma definida e aprovada em 2015 e, na altura, com os votos a favor do CDS. O CDS entendeu, passados estes anos todos, fazer uma crítica ao modelo de cálculo que votou favoravelmente há três anos".
