Igreja vendeu a empresa de construção conjunto de casas no Bonfim, no Porto, onde vivem 45 pessoas.
Corpo do artigo
No Bairro das Eirinhas, que foi sempre morada de "gente pobre" da freguesia do Bonfim, no centro do Porto, Virgínia Matos perdeu o sono no dia em que lhe chegou a carta que roubou a tranquilidade dos 45 residentes das casas doadas por uma portuense, na década de 1960, ao Seminário de Vilar: o conjunto de 15 habitações térreas foi alienado pela Igreja, no início do ano, através de permuta com uma empresa de construção, e os inquilinos temem ser despejados.
"As pessoas estão alarmadas e com medo", afirma Emílio Borges, que vive com os pais numa das casas e lembra que "a maioria dos moradores são idosos e têm reformas muito baixas". A missiva que está a "apoquentar muito as pessoas" data de 14 de janeiro, tem como assunto a "transmissão do imóvel" e foi remetida pela Ecclesialis - Gestão Diocesana, empresa que a partir do final de 2023 passou a gerir os arrendamentos das casas das Eirinhas em nome da Diocese do Porto, que, ao JN, informou que "não vai pronunciar-se sobre o assunto".