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Mais de mil frangos aos quais se juntaram cerca de 1100 quilos de carne de porco, desde as febras até às costeletas e à entremeada, passaram pela grelha de Filipe Cardoso a caminho do prato de mais de dois mil comensais que, neste sábado, 8 de julho, se reuniram num mega piquenique no Parque Florestal de Amarante. Os convivas tinham mais de 65 anos.
A “Idade d´Ouro”, é assim que foi batizado o encontro dos mais idosos de Amarante que a câmara local tem realizado nos últimos 20 anos, com a exceção dos anos da pandemia. Aliás, houve quem lembrasse “a falta daqueles que sucumbiram à maleita da covid 19”.
“Tristezas à parte”, este ano, durante a manhã, o piquenique foi abençoado por uns pingos de chuva levando a que alguns fizessem analogia com o Natal, tal era o espírito de confraternização de mãos dadas com o tempo fusco.
Antes do repasto, dois gabinetes improvisados na entrada do recinto: um da GNR, dava conselhos aos mais idosos para se manterem a salvo de burlas; outro clínico com enfermeiros do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, tomava pulso à pressão arterial dos idosos. Manuel Cunha, 92 anos, admitia que a tensão arterial a 16-10 estava “um bocadito alta”.
“De nove irmãos, só eu é que não tenho diabetes. Sou pai de 13 filhos vivos, ainda vou tendo saúde. Só tomo duas pastilhas para o sangue”, revelou, orgulhoso, o senhor Cunha antes de tomar lugar à mesa para o almoço. Por ali, também, passou a comitiva municipal liderada pelo presidente da Câmara, José Luís Gaspar. Os autarcas do Executivo e Assembleia Municipal e das Juntas de Freguesia percorreram todas as mesas dando as boas vindas aos maiores de 65 anos.
O dia de festa assinalava também o 38º aniversário da elevação da Vila de Amarante a Cidade. Na véspera, o autarca José Luís Gaspar já tinha inaugurado o Parque Multifuncional do Rossio, a requalificação do Parque das Bucas e o viaduto de ligação, num investimento superior a 2,3 milhões de euros. “Antigamente era a vila mais bonita, agora é a cidade. Criou novas infraestruturas e nos obriga a refletir para uma Amarante onde é a melhor para viver, trabalhar e visitar.” O edil disse pretender criar mais 200 lugares de estacionamento em terrenos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o que a acontecer deixa a cidade dotada com dois parques de estacionamento em cada uma das margens do rio. “Não pode haver desculpas, os amarantinos a pé, em dois minutos, irão chegar ao local onde querem. Queremos libertar a cidade dos carros. Todos os parques que fizemos são gratuitos. Agora na rua vamos ser mais mauzinhos [aumento da fiscalização] para que se estacione onde deve ser”, alertou.
Para 19 de setembro, segundo o autarca, está prevista a inauguração do renovado Cineteatro de Amarante que terá uma sala de espetáculos com capacidade para 386 espectadores. Em 2024 será a inauguração do MIMAR- Museu de Identidade de Amarante, no Antigo Solar dos Magalhães. “Nesta altura estamos a trabalhar o seu conteúdo que terá salas imersivas, hologramas, etc”, adiantou.
Fazendo notar que a questão ambiental “é preocupação e desígnio”, com intervenções “nas zonas ribeirinhas e na floresta”, o autarca, em dia de aniversário da cidade, perspetivou o futuro da urbe ao afirmar que a próxima década “vai ser de afirmação de Amarante no panorama nacional e internacional” atendendo “às apostas que estão a ser trabalhadas no domínio do emprego e da habitação”, prometeu.
O dia festivo terminou com Dino Santiago a cantar com som da Orquestra do Norte, cujo concerto foi antecedido pela entrega das medalhas honoríficas. Entre outros, foram distinguidos os Presidentes da Câmara Municipal de Amarante desde o pós 25 de Abril e os empresários Manuel Mota (a título póstumo) e António Mota, respectivamente, pai e filho que criaram e fizeram crescer a empresa que hoje é conhecida por Mota Engil.
SABER MAIS
Medalha de Honra:
Amadeu Cerqueira Silva – que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal entre 1976 e 1981 (a título póstumo);
Armindo José da Cunha Abreu que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal entre 1995 e 2013;
António Manuel Queirós Vasconcelos da Mota – empresário;
Celso Pimenta de Freitas – que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal entre 1974 e 1976;
Francisco José Pereira de Assis Miranda que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal entre 1989 e 1995;
Joaquim Macedo Teixeira – que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal entre 1981 e 1989 (a título póstumo);
Manuel António da Mota – empresário (a título póstumo);
Sport Clube Salvadorense – pelo centenário.
Medalha Municipal de Mérito
Adelina Maria de Machado Guimarães, pelo serviço prestado à comunidade