Obras de substituição do telhado e limpeza interior das paredes da Sé Velha deverão estar terminadas em maio do próximo ano.
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A Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) está a fazer desde maio passado obras de substituição do telhado e limpeza interior das paredes em pedra da Sé Velha, monumento classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. O objetivo passa por evitar infiltrações causadas pela água das chuvas, num investimento total de 470 mil euros.
"A solução atual (em mosaico) foi feita no final da década de 1920 e não tem tido bons resultados. Vai ser colocado um revestimento em telha cerâmica e um sistema de drenagens pluviais", explicou esta sexta-feira a diretora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, numa visita à Sé Velha. No interior do espaço, o trabalho passa pela limpeza da pedra das paredes, que ao longo do último século sofreu desgaste com a água.
O projeto foi desenvolvido por Aníbal Costa, professor de Engenharia Civil na Universidade de Aveiro, e pela arquiteta Alice Tavares, através de um protocolo estabelecido entre a DRCC e a Universidade. "Com as infiltrações, a pedra teve muitos fungos, bolores e sujidades e esse trabalho de limpeza tem de ser feito. A constituição atual do telhado não garante que a água não entre, encontrámos uma solução que já existiu antes da intervenção em finais da década de 1920 e que garante a durabilidade da construção", descreveu Aníbal Costa.
Suzana Menezes destacou a especificidade da obra, por se tratar de um monumento nacional classificado pela UNESCO, e a importância da utilização dos fundos comunitários, provenientes do Programa Operacional Regional do Centro 2020. "Este é um exemplo de boa aplicação dos fundos, resolvendo um problema num monumento nacional", salientou a diretora Regional de Cultura do Centro.
Para a responsável da DRCC, as intervenções na Sé Velha não se deverão ficar por aqui. "É necessário um trabalho de fundo de conservação e restauro de toda a Sé Velha. A cúpula está a ser tratada e estamos a fazer também uma intervenção na Porta Especiosa, que é constituída por pedra de Ançã, que é um material que se desgasta com alguma facilidade", salienta, apontando para o próximo quadro comunitário de apoio, "os próximos investimentos serão incluídos no Programa Operacional Regional do Centro 2030".
A Sé Velha foi incluída na classificação de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 2013, juntamente com a Universidade de Coimbra, a Alta e a Rua da Sofia, na Baixa da cidade.