Melhoria da mobilidade no castelo e zona histórica de Bragança contestada pela população
A intervenção urbanística que a Câmara de Bragança está a realizar na zona do castelo, a nível dos passeios, para melhorar a mobilidade e a acessibilidade aos monumentos, indignou os residentes, que consideram que os materiais usados não adequados à nobreza do conjunto arquitetónico.
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"Eu sei que é preciso tornar a zona acessível a toda a gente, principalmente aos idosos, pessoas em cadeira de rodas ou pessoas com carrinhos de bebés. Só que este granito não é adequado a esta zona histórica, tem muito impacto visual e como é uma pedra muito polida vai apresentar um perigo quando gear ou nevar", afirmou o residente, de 70 anos, que mora na cidadela desde que nasceu e trabalhou 40 anos no Museu Militar do Castelo.
A empreitada no valor de cerca de 800 mil euros está prevista no PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano) e consiste da dotação de passeios e corredores de acessos em granito ao castelo, em volta da igreja de Santa Maria e em frente à Domus Municipalis, bem como no acesso leste, pela entrada da Porta do Sol.
A obra também espoletou a polémica nas redes sociais. Armando Moreira, morador na cidadela e antigo funcionário do Museu Militar, concorda com a melhoria das condições de mobilidade na vila, mas discorda da forma como a empreitada está a ser executada dado o impacto visual.
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, explicou que "as obras são, essencialmente, para promover a mobilidade na zona histórica, como faremos desde o castelo até a Largo do Principal e daqui até às Praças da Sé e Camões".
O autarca garantiu que a intervenção foi "aprovada pela Direção-Geral de Cultura do Norte", e destinam-se a "promover a mobilidade para todos, para criar corredores nos passeios e no meio das faixas de rodagem das ruas de modo que as pessoas possam circular com mais facilidade, porque algumas artérias, como a da Costa Grande, são muito íngremes e é difícil pessoas em cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida andarem por ali", descreveu o autarca.
Em algumas ruas de acesso à Praça a Sé e a Praça Camões será criada uma faixa de circulação no meio da via "para facilitar a circulação aos peões, principalmente a pessoas de mobilidade reduzida", vincou.
O Jornal de Notícias pediu informações à Direção-geral do Património Cultural sobre estas obras, para confirmar a aprovação da empreitada, mas até ao momento não obtivemos resposta.