Menezes admite dificuldades para aprovar instalação do Es.Col.A em Gaia

Pedro Correia/Global Imagens
O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, admitiu, esta terça-feira, ser difícil aprovar a proposta do PS que visa acolher o movimento Es.Col.A naquele concelho, depois de ter sido despejado da escola da Fontinha, no Porto.
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"Eu não conheço bem a situação, não conheço bem a instituição e não quero antecipar decisões, mas, em Gaia, temos muitas instituições em lista de espera para terem acesso a instalações. Admito que não possa ser fácil vir a dar uma resposta positiva ao argumento do PS, mas primeiro quero ouvir", afirmou Luís Filipe Menezes.
O executivo da Câmara de Gaia aceitou na segunda-feira, em reunião de Câmara extraordinária, discutir uma proposta do PS que visa resgatar o Es.Col.A ao Porto.
No final da reunião, o vereador socialista Eduardo Vítor afirmou aos jornalistas que o presidente da Câmara "aceitou discutir a proposta" na próxima reunião do executivo.
O vereador mostrou-se confiante de que a maioria disponibilizará um local no eixo Centro Histórico-Afurada para o movimento ES.Col.A, que foi despejado na quinta-feira da escola da Fontinha, no Porto.
À margem de uma cerimónia de homenagem ao bispo do Porto, Menezes afirmou aos jornalistas que a proposta do PS foi aceite para ser debatida em breve, porque "é o lema" da maioria.
"A maioria aceita as propostas da oposição para serem discutidas: é o nosso lema. A oposição existe para isso", sustentou, acrescentando que pretende ouvir "os argumentos do PS".
A Câmara do Porto ordenou, na quinta-feira, o despejo do movimento daquela antiga escola primária, adiantando que estava disponível para permitir a ocupação da Es.Col.A até ao fim de junho, desde que fosse formalizado um contrato de cedência e o pagamento de uma renda simbólica de 30 euros.
Foi perante "a incompreensível recusa do grupo em aceitar estas condições mínimas exigidas por lei" e "aplicadas a qualquer cidadão ou instituição" que se procedeu ao despejo coercivo, explicou a autarquia, em comunicado.
Questionado pelos jornalistas se concordava com a atuação da Câmara do Porto, Menezes escusou-se a comentar o que não conhece.
O autarca de Gaia apenas afirmou ser "um defensor do exercício de autoridade, mas também um defensor do exercício da proporcionalidade".
Para o vereador socialista Eduardo Vítor, Gaia "pode ser uma solução alternativa para este movimento", sobretudo porque pode "servir de interface com o Porto", dada a proximidade com o eixo Centro Histórico-Afurada.
A proposta que estará em análise na segunda-feira irá prever a cedência do direito de superfície de um edifício municipal por cinco anos.
