Menino que sofreu acidente em passagem de nível começou tratamentos em câmara hiperbárica
O menino de 13 anos que ficou totalmente dependente após um acidente numa passagem de nível de Caminha em dezembro de 2020, começou esta segunda-feira a fazer tratamentos na câmara hiperbárica da Marinha.
Corpo do artigo
A mãe do menino, Amaya Guterres, contou ao Jornal de Notícias que a iniciativa partiu dos responsáveis da própria Marinha "que souberam do caso e se interessaram em ajudar o Martin". Para os pais é mais "uma porta de esperança" que se abre na possível recuperação do filho, que sofreu diversas lesões.
14221334
"Começou hoje o tratamento. O Martin vai fazer 40 sessões. A câmara hiperbárica não deixa de ser um estudo experimental, tanto para a Marinha, como para este tipo de casos, até porque não há muitas pessoas com este tipo de lesões a serem tratadas", afirmou Amaya, referindo que, no entanto, "há crianças com lesões cerebrais que fizeram este tratamento e tiveram grandes progressos".
Martin sofreu um violento acidente numa passagem de nível com guarda em Caminha. Após o embate entre o comboio e a viatura conduzida pela mãe de um amigo, ficou totalmente dependente. Sofreu lesões na cervical e no cérebro.
"A câmara hiperbárica tem muitos benefícios e para o Martin pode ter em todos os aspetos, tanto ao nível da lesão cerebral, como da lesão cervical Aqui o objetivo principal é ajudar nessas lesões através de oxigénio", revelou a progenitora, adiantando que, em paralelo, o menino continua a fazer outros tratamentos. "Não colocamos a hipótese de ir para o estrangeiro porque o Martin está ligado a um ventilador e é extremamente complicado, mas temos que tentar abrir todas as portas que temos no nosso país, e são muitas", acrescentou ainda Amaya Guterres, louvando a ação da Marinha.
"Fazem um trabalho fora de série. São pessoas excecionais. Desde o acompanhamento que temos tido, até hoje. Normalmente as câmaras hiperbáricas estão ocupadas por várias pessoas, mas como era a primeira sessão do Martin, ele esteve lá apenas com cinco médicos", contou.
Os custos dos tratamentos serão assegurados pelos pais com a ajuda da onda solidária que se agigantou ao longo dos últimos meses. "Esses custos podiam ser assegurados pelo Estado. Bastava que um médico do Martin se responsabilizasse e fizesse o pedido. Para já assumimos nós as despesas, mas depois ainda vamos tentar", concluiu a mãe.
14153468
O caso tornou-se público e a onda solidária com Martin não para de crescer há vários meses, em grande parte pela ação de um grupo de amigos daquela família, que criou na rede social Facebook a página "Martin o guerreiro".
Os pais de Martin mudaram-se para Lisboa durante "pelo menos dois meses" para poder acompanhar os tratamentos do filho. "Essa solidariedade tem sido uma grande ajuda, por exemplo agora nesta vinda para Lisboa", concluiu Amaya.