Pedro Baganha, vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, reafirmou, esta quarta-feira, que o Mercado do Bolhão reabrirá durante o "primeiro semestre deste ano", mas admitiu que algumas lojas, nomeadamente as "exteriores", poderão não estar ainda a funcionar nessa altura. O atraso tem a ver com questões processuais e nesse sentido a autarquia vai criar um "grupo de trabalho com Direção Regional de Cultura do Norte" para encurtar prazos.
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"Todo o setor da construção está pressionado neste momento. As empresas estão com problemas de material e de mão-de-obra. A circunstância pandémica também não ajudou. Mas a boa notícia, em termos de empreitada, é que está praticamente terminada, no que diz respeito ao equipamento. Faltam apenas agora as lojas exteriores. Estamos a tratar do equipamento do mercado, como as bancas, os frigoríficos e outros. Toda a parafernália necessária para o funcionamento do mercado", disse Pedro Baganha, esta manhã, no Castelo do Queijo, no Porto, à margem de uma cerimónia que teve a ver com a instalação de novos equipamentos desportivos e que foi presidida pelo autarca Rui Moreira.
Ainda sobre o Bolhão, o vereador deixou claro que a data prevista para a reabertura é para manter: "Estamos ao mesmo tempo a acompanhar a elaboração dos projetos das lojas exteriores, que estão ainda em curso. Diria que até ao final deste semestre, da primeira metade deste ano, o mercado estará em condições de reabrir na sua plenitude de funções".
"Temos tido um trabalho em permanência, acompanhado pela Direção Regional de Cultura do Norte, DRCN, até porque estamos a falar da intervenção num imóvel que é classificado, que é monumento nacional. Há uma colaboração muito próxima e frequente entre a Câmara do Porto e a Direção Regional de Cultura. Tivemos um período em que foi necessário alterar o método construtivo, há mais de um ano, aí sim houve dificuldade, não tanto com a DRCN, mas com a Direção Geral do Património Cultural, DGPC, que foi ultrapassada", deu conta.
Como são muitos projetos para analisar, e a necessitarem de pareceres das entidades que tutelam a Cultura, os procedimentos tornam-se morosos. "Neste momento, o que estamos a fazer é a acompanhar os projetos das lojas exteriores. Todos os projetos têm que ter um parecer vinculativo da entidade que tutela a Cultura, portanto da DGPC, e como são muitos projetos ao mesmo tempo isso acarreta alguma dificuldade de atuação por parte das entidades", admitiu.
Para satisfazer todas as partes, foi encontrada uma solução. "Para resolver este problema estamos em vias de criar um grupo de trabalho com a DRCN, de forma a que se reduzam estes prazos, que são normais e expectáveis, mas que são agravados pela quantidade de lojas. Mais a especificidade de que cada coisa que se faça no mercado carece de um parecer da entidade que tutela a Cultura", explicou.
Perante este panorama, nem todas as lojas, nomeadamente as que estão viradas para o exterior, deverão abrir ao mesmo tempo. "Estamos a trabalhar no sentido de ter o maior número possível de lojas de rua abertas. Naturalmente não ficarão todas prontas a tempo. Também estamos a fazer obras nos restaurantes interiores, que é uma novidade do programa. Não estarão, certamente, todos os espaços abertos, mas a grande maioria, sim. Certamente. Repito, o mercado abrirá na sua plenitude de funções", sublinhou, acrescentando que estes atrasos não irão sobrecarregar o investimento orçamentado.
"O envelope financeiro do projeto não é afetado por estes prazos", garantiu o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha.