A Câmara do Porto vai avançar com a revisão do regulamento do Mercado do Bolhão, a qual "já está em curso" , e concretizar intervenções que visam melhorar algumas das falhas detetadas pelos comerciantes.
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Entre as melhorias a ser implementadas estão, por exemplo, o "reforço do sombreamento nas duas ruas laterais", uma "solução que demora tempo", devido a vicissitudes técnicas, e que se prevê que envolva "um investimento superior a 200 mil euros", como adiantou Cátia Meirinhos, vice-presidente da GO Porto, a empresa municipal que gere o equipamento, na reunião do Executivo desta segunda-feira.
"Todas as situações que foram reportadas pelos comerciantes, de necessidades de melhorias das infraestruturas, estão a ser trabalhadas", garantiu a responsável no esclarecimento que prestou ao vereador do Bloco de Esquerda, Sérgio Aires, que lançara uma proposta com o objetivo de conferir "um papel mais ativo aos comerciantes do Bolhão" e rever as normas do mercado. Além da já identificada "necessidade de reforço do sombreamento, para não haver incidência solar nas bancas e nas vitrines das laterais", em que "há incidência do sol 30 minutos de um lado e do outro", Cátia Meirinhos adiantou ainda que haverá lugar à instalação de ar condicionado na zona de congelados, bem como de expositores voltados para o exterior.
"Após os comerciantes da zona dos congelados terem considerado que os seus espaços estavam demasiadamente quentes, de imediato procedemos à identificação dos locais para verificar e analisar a temperatura existente. E, de facto, em alguns lugares verificou-se que, face ao equipamento que foi instalado pelos comerciantes, a temperatura era elevada. Tentamos encontrar uma solução para a instalação do ar condicionado", referiu a vice-presidente da GO Porto, indicando que essa melhoria implicará "um investimento de cerca de 30 mil euros".
Da mesma forma, "também foi identificado que os comerciantes da zona dos congelados eram os que tinham menos visibilidade no mercado. É um facto, e foi desde início uma das nossas preocupações", lembrou a arquiteta, informando que já foram implementadas medidas como o "reforço da sinalética", e que "vai ser adquirido um novo equipamento e uma nova área de exposição para o exterior". "Tem sido um desafio constante fazer a manutenção do edifício, mas temos identificado todas as situações que necessitam de melhorias, e temos feito sempre a manutenção", sublinhou Cátia Meirinhos, salientando que "o edifício é verdadeiramente visitado e utilizado", contabilizando, desde que reabriu, há ano e meio, "mais de sete milhões de visitantes" e "uma média de 500 mil pessoas por mês" a passar pelo espaço. Entre as novidades avançadas pela responsável da GO Porto está ainda a abertura dos restaurantes ao domingo - dia em que o mercado está encerrado -, a "pedido" dos empresários que exploram os espaços e dado que estão reunidas "as condições" para tal.
Sobre o regulamento do mercado, a responsável avançou que "a revisão do normativo regulamentar já está a ser feita" e conta com contributos dos comerciantes. "Temos feito a revisão do regulamento e das normas de utilização do mercado do Bolhão com a participação e o envolvimento de todos os comerciantes", assegurou Cátia Meirinhos, referindo que tem sido pedido aos inquilinos do equipamento a apresentação de "propostas e sugestões". E vincou: "Os comerciantes nunca deixaram de ser ouvidos em nenhum momento. Todos eles participaram inicialmente no regulamento do mercado e nas normas de utilização que estão em vigor. Todos sempre tiveram uma voz ativa".
Mediante os esclarecimentos da GO Porto, a proposta apresentada pelo BE, que, além da participação dos comerciantes e da revisão das normas, pretendia a avaliação das queixas apresentadas pelos comerciantes, acabou por ser retirada pelo vereador Sérgio Aires.