Vendedores do mercado de Ovar estão fartos da falta de condições. Os clientes, esses, são as principais vítimas do muito esburacado piso. Todos reclamam por obras. A Câmara diz que a empreitada está pronta a arrancar. Só falta o visto do Tribunal de Contas. <br />
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O aspecto é de sujidade, de desleixo. E nos dias em que o colorido das roupas e o perfume dos frutos e legumes por lá não anda, o mercado municipal de Ovar, que se realiza todas as terças, quintas e sábados, parece abandonado. Já nos dias de chuva, vira um caos.
Os muitos buracos que pontuam o piso enchem-se de água e não há um dia de praça, dizem os comerciantes, em que não haja duas ou três pessoas a sair a mancar e cheias de nódoas negras.
"Há anos que prometem obras e nada", criticou Rosa Figueiredo da Silva, vendedora. "Há uns três anos, a ASAE veio cá e disse que isto não tinha condições, mas foi só virar costas e ficou quase tudo na mesma", continuou.
Quem teve de cumprir as ordens da ASAE foi Maria Bela, peixeira. "Fomos obrigados a sair do espaço das bancas por falta de condições de higiene. Agora, estamos nestes contentores e chove cá dentro como lá fora", explicou. E as casas de banho, então, essas fazem rolar muitos olhos de indignação.
"Fecharam as velhas porque diziam que não tinham condições e puseram para aí daquelas portáteis que nem água têm para lavarmos as mãos nem sequer para fazer a descarga. É uma verdadeira imundície. Eu prefiro ir ao café mais próximo e o dono compreende porque sabe a miséria que por cá vai", criticou outra vendedora, Rosa Quadros.
A situação de degradação geral do espaço levou mesmo a CDU a questionar a Câmara sobre a data prevista para o início das muito prometidas obras. Ao JN, o vereador José Américo disse que só falta mesmo o visto do Tribunal de Contas para a empreitada arrancar, o que deverá acontecer no início do ano.
Nessa altura, os vendedores deverão mudar-se para um terreno na Quinta da Dona Bárbara, perto do hospital, onde passarão os cerca de seis de prazo de execução da obra. Uma situação que também está a alarmar alguns.
"Entre a suspensão do funcionamento do mercado e realojá-lo num espaço onde vamos criar condições e que se situa dentro da cidade, preferimos a segunda opção por considerarmos o mercado como estratégico para a economia local", frisou José Américo.