Realizou-se, na manhã desta quinta-feira, a cerimónia de reabertura do Mercado Municipal de Beja, que esteve encerrado durante quatro anos para uma grande intervenção de reabilitação, com um investimento superior a 2,5 milhões de euros.
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Inaugurado a 5 de dezembro de 1965, o mercado encerrou portas em junho de 2020, para uma revitalização, visando melhor servir a comunidade, num espaço que vai passar a contar com quatro quiosques, 21 lojas e 26 bancas de pescado, hortícolas e outros produtos.
Na sessão de abertura, onde esteve presente Hélder Reis, secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, o presidente do município de Beja fez questão de destacar que “cinquenta meses depois, o mercado inicia hoje a sua segunda vida. Foi uma intervenção muito necessária, mais do que uma mera operação de cosmética”.
Paulo Arsénio realçou ainda que a renovação do espaço “foi o maior e mais importante desafio” desde que, em 2017, assumiu a liderança da autarquia.
A obra, segundo o autarca, “respeita Beja e o seu edificado. Agora a palavra é dos operadores e dos seus clientes”, justificou, notando que o município vai continuar a gerir o espaço “sem dívidas", o que "coloca todos os operadores em plena igualdade”.
Recordando o início do processo em 2018, Paulo Arsénio lembrou as palavras de Fernando Palma, um talhante já falecido, que na altura lhe disse: “mesmo que não faça mais nada, fará o que ninguém no último meio século fez”. Emocionado, o autarca olhou para o céu e disse: “o Fernando Palma estará agora a dizer, eles conseguiram”.
A obra custou 2.543.480 euros, tendo tido uma comparticipação do FEDER um pouco superior a 2 milhões de euros, tendo a autarquia recorrido a um empréstimo bancário de 191 mil euros que, para Paulo Arsénio, “constitui a única divida futura da autarquia”.
José Mestre, mais conhecido por “Zé dos Canais”, de 72 anos, pescador no rio Guadiana, é o operador mais antigo do mercado de Beja, uma jorna que faz há 43 anos.
“Estas condições nada têm a ver com aquelas que tínhamos no anterior espaço. Uma ou outra pequena falha, resolve-se no dia-a-dia. Estive três anos e meio no mercado de rua do 5 de Abril, não tive diferença das vendas. Tenho uma cliente certa para o peixe do rio e no tempo das lampreias”, contou ao JN.