O jovem de 19 anos estava com os amigos na praia fluvial da Espinheira, na Junqueira. As buscas prosseguem esta quarta-feira.
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Um jovem de 19 anos desapareceu, esta terça-feira à tarde, nas águas do rio Ave, no lugar da Espinheira, na Junqueira, em Vila do Conde. O rapaz estava com um grupo de amigos a jogar futebol americano junto ao rio. A bola caiu à água. Tentou ir buscá-la. Foi traído pela corrente e pelos redemoinhos. As buscas prosseguem esta quarta-feira.
"Um dos amigos atirou-se à água para o ir salvar. Diz que ainda o conseguiu agarrar, mas a água estava a puxá-lo para o fundo e teve que o largar, senão morriam os dois", contou, ao JN, o comandante dos Bombeiros de Vila do Conde, Carlos Gomes.
O grupo de dez jovens, todos do lugar de Areia, na freguesia de Árvore, andou mais de oito quilómetros até à pequena e isolada praia fluvial da Espinheira. Foram de bicicleta. Iam passar a tarde, mas o jogo de futebol acabou mal.
O alerta caiu no quartel às 16.57 horas. O telefonema foi feito, em pânico, por um dos amigos. Garantem que o viram "ir ao fundo".
À chegada ao local e, apesar da corrente muito forte e de aquela ser "uma zona perigosa já identificada", a equipa de mergulhadores dos Bombeiros de Vila do Conde ainda tentou entrar no rio, mas foi obrigada a recuar.
"Não havia condições. Um dos nossos bombeiros apanhou um susto para a vida", continuou a contar o comandante.
Na margem, os amigos assistiam às operações, ainda em choque, apoiados pelos psicólogos do INEM.
Sem visibilidade e com a corrente sem dar tréguas, as buscas foram suspensas ao início da noite. Deverão prosseguir esta quarta-feira, com uma equipa de salvamento em águas bravas e os mergulhadores dos Bombeiros Sapadores do Porto.
Nove anos depois, a Espinheira volta a matar
O caso trouxe à memória do comandante dos Bombeiros de Vila do Conde o jovem que dali retirou a 30 de junho de 2012. Vítor Diogo morreu afogado naquele mesmo local. Tinha 12 anos. Estava a brincar na beira do rio quando escorregou nas pedras. Foi "sugado". Na altura, foi Carlos Gomes quem o resgatou, já sem vida, duas horas depois. O comandante diz que aquela é uma zona "traiçoeira". Por causa do açude, ali mesmo ao lado, explica, há quase sempre correntes muito fortes e redemoinhos que puxam para o fundo.