Acidente em piscina foi em 2021, em Vila do Conde. Por mês, Ricardo gasta 2500 euros em fisioterapia intensiva.
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Foi há pouco tempo que Ricardo começou a ser capaz de falar sobre o acidente que o sentou numa cadeira de rodas e a descrever cada detalhe retido na memória. O olhar mergulha numa tristeza mais funda do que a piscina onde a vida mudou para sempre num segundo, em setembro de 2021.
“Era fim de férias, e disse: este é o meu último mergulho. E foi”. Ricardo Ferreira, 44 anos, baixa os olhos. “Bati com a cabeça no fundo da piscina e lesionei [as vértebras cervicais] C4 e C5. Na C5, os ossos estilhaçaram e traçaram a medula. Senti que um botão se desligou e que, do peito para baixo, o meu corpo era cortiça. Quando me tiraram da água, só pedia para me esticarem os dedos das mãos”.
Depois da cirurgia no Hospital S. João, no Porto, onde foi possível “recuperar 50% dos membros superiores”, seguiu-se a via sacra dos tratamentos. A esperança assenta agora na fisioterapia intensiva, que o Serviço Nacional de Saúde não assegura e que, no privado, não está ao alcance da maioria, por ser muito dispendiosa. “Só para fisioterapia, transportes e medicação são cerca de 2500 euros por mês”, contabiliza a mulher, Luísa Ferreira.
No final de 2022, nasceu a página de Facebook “Ricardo Ferreira – Amigos solidários”, para angariar fundos . E é também para ajudar que, no domingo, haverá a caminhada “Unidos pelo Ricardo”, organizada pela Associação Desportiva de Árvore Forças Segurança Unidas, em parceria com o Albergue de Peregrinos do Mosteiro de Vairão, Associação Cívica São Salvador e grupo Ajuda Hoje.
Progressos
Depois do internamento no Centro de Reabilitação do Norte, Ricardo, que vive em Fajozes, Vila do Conde, com a mulher e a filha Maria, de 17 anos, passou a dividir o tempo entre Braga e Maia, onde faz fisioterapia intensiva. Graças ao esforço, “já pega na garrafa de água só com uma mão, agarra no telemóvel, mexe no computador...”, enumera Luísa, que vê “muitos progressos” na mobilidade do marido. “Comecei a sentir uma parte das costas, e já consigo pegar em montes de coisas”, anima-se Ricardo, que é “muito grato” pela solidariedade..
A caminhada solidária de domingo tem partida às 9 horas, do Albergue de Peregrinos de Vairão. A inscrição custa cinco euros
Além da ajuda para as terapias, a família precisa de apoio para adaptar a casa para onde terá de se mudar, de forma a que Ricardo possa ter acessibilidades. Na casa onde a família vive, Ricardo tem de dormir na sala.
Os interessados em ajudar, podem fazer donativos para a conta com o NIB 001000001968354000169 ou por MBWay, através do 916769373.